Economia Titulo Empreendedorismo
Faturamento das MPEs da região cai 17% no ano

Receita total das micro e pequenas empresas
foi reduzido em R$ 1,7 bilhão, diz Sebrae-SP

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
16/06/2016 | 07:00
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Divulgação


As MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do Grande ABC tiveram queda real (descontada a inflação) de 16,8% no faturamento no acumulado entre janeiro e abril de 2016 na comparação com o mesmo período do ano passado. Considerando somente os resultados de abril, foi contabilizada retração de 12,7% em relação ao quarto mês de 2015. Os dados foram divulgados ontem pelo Sebrae-SP.

Nos quatro primeiros meses deste ano, as companhias faturaram R$ 8,4 bilhões. O valor é R$ 1,7 bilhão inferior ao registrado entre janeiro e abril de 2015. Ou seja, é como se, a cada dia, as MPEs deixassem de receber R$ 14 milhões.

Em abril, a receita total das micro e pequenas empresas alcançou R$ 2,3 bilhões. Apesar da queda de 12,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, o faturamento médio real por companhia apresenta tendência de alta em 2016, tendo registrado elevação de 25,78% ante janeiro. Mesmo assim, a consultora do Sebrae-SP Letícia Aguiar considera que ainda é cedo para falar em melhora no cenário. “Esse indicador já vinha caindo no Grande ABC havia muito tempo. De repente, já caiu tanto que não há mais espaço para quedas”, pondera. No Estado, as variações foram de -12,4% em abril e de 14,4% no ano.

Letícia explica que a região começou a ser prejudicada pela crise econômica antes de outras localidades em razão da alta concentração de atividade industrial. O setor produtivo é o mais afetado pela recessão e gera efeitos em cadeia sobre os segmentos de comércio e serviços. “As MPEs e os MEIs (Microempreendedores Individuais) são mais focados no cliente final. Quando o consumo está desaquecido, o impacto sobre eles é forte”, comenta.

Além da inflação alta (perto de 10% ao ano) e do aumento no desemprego – fatores que reduzem o poder de compra da população –, Letícia acrescenta que a incerteza diante dos rumos políticos e econômicos do País também desestimula o consumo. Principalmente em casos de produtos ou serviços mais caros, já que o cliente tende a evitar contrair dívidas por temer que a situação piore ainda mais.

A queda no faturamento também provoca redução no nível de mão de obra. No acumulado do ano, o total de pessoas ocupadas nas MPEs do Grande ABC caiu 4%, enquanto em abril a variação foi de -2,8% na comparação com o quarto mês de 2015. Além dos funcionários convencionais, os dados incluem os sócios-proprietários e seus familiares e os trabalhadores terceirizados.

PROJEÇÕES

A consultora do Sebrae-SP avalia que a atividade das MPEs deverá permanecer em ritmo baixo pelo menos até o fim do ano, com possibilidade de retomada para 2017. A especialista se baseia nas condições de mercado apuradas pelo Relatório Focus, do Banco Central. O último boletim, referente à semana encerrada no dia 10, previa que o Brasil deverá encerrar 2016 com retração de 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Para 2017, há estimativa de crescimento de 1% na geração de riquezas do País. 




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