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'Robotizado' leva vantagem
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
07/04/2010 | 07:00
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Quando por aqui deram as caras, os câmbios automatizados - aqueles que utilizam embreagem com acionamento eletrônico para efetuar as trocas de marchas - colecionaram mais críticas que elogios. Porém, como todo bom principiante que aprende com os erros, os robotizados - como são chamados - evoluíram. E se antes eram ignorados diante dos automáticos, hoje disputam a preferência do consumidor.

Para ver o atual estágio destes câmbios, colocamos frente a frente as versões topo de linha do Volkswagen Voyage, que há pouco tempo ganhou transmissão automatizada, e do Peugeot 207 Passion automático. Mas antes de irmos à batalha dos câmbios, vamos falar de duas coisas muito importante: preço e custo-benefício.

O Voyage Confortline 1.6 I-Motion parte de R$ 42.206 e entrega de série direção hidráulica, faróis de neblina, computador de bordo, vidros e travas elétricos. Ar-condicionado (R$ 3.709), rodas de liga leve de 15 polegadas (R$ 1.332) e air bag duplo + ABS (R$ 2.000) são opcionais. E juntos elevam o preço do Volks para salgados R$ 49.247.

O Peugeot 207 1.6 Passion XS Flex automático custa R$ 47,5 mil, mas traz de série tudo o que o Voyage oferece mais ar-condicionado, rodas de liga leve de 15 polegadas e ABS. O único opcional é o air bag duplo (R$ 1.300), que, se adicionado, eleva o preço do Leão para R$ 48,8 mil - R$ 447 mais em conta que o rival com nível de equipamentos nivelado.

TRANSMISSÃO - Logo que armamos este comparativo, apostamos que, mais que o duelo de dois carros ou duas marcas, seria o embate de duas filosofias de transmissão. O quesito câmbio ajudaria, e muito, a definir o vencedor deste comparativo. E foi o que aconteceu.

E a vantagem foi para o automatizado ASG de cinco velocidades do Voyage. O sistema, uma clara evolução dos precursores Easytronic, da Chevrolet, e Dualogic, da Fiat, não apresenta trancos exagerados nas mudanças de marchas, é silencioso e previsível - o condutor, após pouco tempo de uso, aprende a entender as reações da caixa.

Pontos positivos para a possibilidade das trocas sequenciais na alavanca ou nas aletas atrás do volante multifuncional, e também para a tecla ‘S' que, ao ser acionada no console central, efetua as mudanças em rotações mais elevadas, temperando a dirigibilidade.

O câmbio automático de quatro velocidades - com opção de trocas manuais na alavanca - que equipa o Passion é inconstante e lento nas reações, apesar das mudanças serem suaves e quase imperceptíveis. Quando, por exemplo, necessitamos de velocidade para uma ultrapassagem e colamos o acelerador no assoalho, a caixa demora para efetuar a redução e dar mais potência ao veículo. No entanto, em outras oportunidades, a troca acontece rapidamente e de forma satisfatória. É difícil, na realidade, entender o comportamento da transmissão.

DIRIGIBILIDADE - É agradável dirigir os dois modelos. O Voyage, no entanto, parece ser mais esperto e ágil no perímetro urbano. Além de pesar 1.027 quilos apenas, o motor 1.6 Total Flex entrega 15,6 mkgf de torque a 2.500 rpm, quando abastecido com álcool. A suspensão firme ajuda a manter o sedã compacto sob controle até nas curvas mais desafiadoras. Para falar a verdade, o comportamento do Volks é similar ao dos hatches.

O Peugeot, por sua vez, peca apenas na questão do câmbio, pois o motor 1.6 16V Flex é voluntarioso. Oferece 15,5 mkgf a 4.000 rpm, pesando 1.177 quilos. Sua principal característica, no entanto, é a potência, que chega a ser 9 cv superior ao Voyage quando bebe etanol puro. O acerto da suspensão também é voltado para o rígido, sem abrir mão do conforto.

INTERIOR E ESPAÇO - Em termos de espaço, os dois são praticamente irmãos. Poucos centímetros os diferenciam. A diferença que mais salta aos olhos, e que talvez seja a mais importante para este segmento, é a capacidade do porta-malas. O Voyage leva 480 litros, contra apenas 420 litros do 207.

Em termos de acabamento, o Peugeot leva vantagem. Os detalhes em cromado elevam o requinte do modelo em comparação ao Volkswagen que, tradicionamente, abusa um pouco dos plásticos de boa qualidade, é preciso lembrar.

Por ter menor preço inicial, transmissão moderna e porta-malas 60 litros mais espaçoso, o Voyage levou a melhor neste embate.




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