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Viagem ao mundo de Warcraft
Luís Felipe Soares
05/06/2016 | 07:10
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Divulgação:


Lidar com universo complexo não é tarefa fácil. Criado originalmente em 1994, o mundo em torno de ''Warcraft'' nunca parou de ser desenvolvido e ampliado. O jogo passou por evoluções e revoluções, apresentou personagens, criou raças, montou impérios inteiros e viu seu nome ser cravado no universo pop ao longo do tempo. Um grande passo para sua popularidade ocorreu nos anos 2000, com o lançamento de ''World of Warcraft'', um MMORPG (Massively Multiplayer On-line Role-Playing Game), onde players podem interagir com seus personagens por meio da internet. Cerca de 12 milhões de jogadores já estiveram registrados na diversão comandada pela produtora Blizzard Entertainment.

Atualmente, o game não está tão em alta quanto no passado, mas está diante de um de seus maiores desafios: mostrar seu potencial nos cinemas. ''Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos'' já está espalhado pelas salas brasileiras – com cópias normais e em 3D – e tem material para agradar os fãs da série, mas promete dividir a opinião do público em geral.

É preciso avisar desde o começo que o longa-metragem não traz uma história convencional de aventura na qual um herói precisa salvar algo, alguém ou algum lugar. A saga não tem um roteiro linear de acontecimentos e não conta com mocinhos e vilões. O filme tenta trazer essa abertura criativa para as telonas apresentando o drama de Durotan e seus companheiros orcs tendo de invadir o mundo dos humanos, onde o guerreiro Lothar comanda o exército do rei de Azeroth. O choque entre as raças tem como ponto em comum a busca por sobrevivência dos personagens principais diante de um adversário desconhecido. A trama ainda traz um jovem mago, um poderoso feiticeiro, uma prisioneira misteriosa e momentos de romance.

ENCRUZILHADA

Como não poderia ser diferente, Duncan Jones (diretor com certa experiência em sci-fis e fã confesso do jogo) está no meio da encruzilhada para transportar para o cinema o máximo de elementos possível do game e encontrar fórmula para que todo esse universo funcione em uma nova mídia. Os cerca de US$ 160 milhões de orçamento aproveitam ao máximo os efeitos visuais existentes na atualidade, dando um passo adiante na tecnologia de captura de movimentos. O visual talvez seja o grande destaque da produção, que, ao contrário do que ocorre na trilogia ''O Senhor dos Anéis'' e sua pegada mais sóbria, coloca cores mais vivas na tela, seja no azul das armaduras ou no verde da pele de alguns orcs.

As complicações ocorrem no esforçado roteiro desenvolvido. A história parece ter elementos demais a serem apresentados em duas horas e 30 minutos, não havendo o foco necessário para que o espectador se deixe entregar à trama. O conto traz pontos didáticos, como o coloração das magias para se distinguir as boas e as ruins ou o reforço da verdadeira motivação do conflito entre a Horda e a Aliança em vários diálogos, mas falta um ponto central para que a câmera seja mais direcionada.

É muito divertido viajar por Azeroth e ver orcs, humanos, elfos e anões com novas caracterizações em ''Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos''. A sensação que fica é que o voo do público por essa jornada ainda é distante, com observações rasas sobre os fatos e, principalmente, em torno dos personagens. É claro que uma continuação já está engatilhada, basta as salas lotarem ao ponto de compensar os altos investimentos. Os desafios de Warcraft continuam a gerar aventuras. 




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