Metalúrgicos realizam hoje, às 7h, mobilização em defesa do emprego em montadoras de São Bernardo. Haverá atos em frente a Mercedes-Benz, Ford e Scania – que contará com operários da Karmann Ghia –, e há previsão de caminhada até o encontro dos trabalhadores das três montadoras. A concentração acontecerá na portaria 18 da Ford.

O objetivo é forçar a abertura dos canais de negociação, principalmente da Mercedes, de modo que evite possíveis demissões futuras. Isso porque as vigências do PPE (Programa de Proteção ao Emprego) estão vencendo, o que põe em xeque o emprego de 19,6 mil funcionários dessas fábricas.

Ontem, terminou a adesão da Mercedes ao plano emergencial, que contava com 9.000 trabalhadores em PPE. Na Ford, a medida que protege o emprego de 3.400 pessoas termina neste mês e, na Volkswagen, 7.300 trabalhadores estarão protegidos até setembro.

O PPE foi lançado pelo governo federal em meados do ano passado a fim de evitar demissões em massa, já que a crise atingia fortemente as vendas de veículos. Nas montadoras da região, o programa reduz em 20% a jornada de trabalho e em 10% os salários. Mesmo após o término da vigência, a medida prevê três meses de estabilidade aos operários.

Como de lá para cá o cenário das montadoras não deu sinais de melhoras, ao contrário, produção e emplacamentos seguem em queda, a Mercedes avaliou que o programa não mais atendia as necessidades da companhia. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a demanda por ônibus e caminhões caiu 35,29% no primeiro quadrimestre em relação a 2015.

A Mercedes, que tem 1.300 trabalhadores em licença remunerada desde fevereiro, ampliou o volume para 1.800 nesta semana. A partir de hoje está aberto PDV (Programa de Demissão Voluntária).