As montadoras de veículos vislumbram as células de combustível movidas a hidrogênio como o futuro em matriz energética no País. Até o momento, é a principal saída para a indústria sobreviver, em longo prazo, em meio às questões ambientais e à escassez de petróleo e de gás natural.
Segundo o diretor geral da GM Powertrain (sistema motor e transmissão) LAAM, Adhemar Nicolini, a previsão é que em 2016 sejam produzidos 96 milhões de veículos no mundo. “Quanto mais automóvel, mais dependência do petróleo”, observa. “A Shell projeta que o pico de consumo de diesel e gasolina aconteça em 2040, depois começará o declínio”, acrescenta.
Em curto prazo, a estratégia adotada pelas montadoras é substituir o petróleo por meio da diversificação energética, ou seja, a adoção de biocombustíveis, como o etanol, e dos veículos híbridos, que utilizam a energia elétrica como fonte auxiliar.
Para o executivo da GM, o momento para iniciar a transição para hidrogênio e eletricidade (bateria) é agora. Já que, segundo Nicolini, o maior desafio não está na resistência da indústria do petróleo, mas no desenvolvimento de uma tecnologia comercialmente viável. “Não adianta desenvolver o produto e o veículo ficar quatro vezes mais caro.”
Célula - A célula de combustível, ou pilha de combustível, converte hidrogênio e oxigênio em água e, enquanto faz o processo (eletrólise), gera eletricidade. Assim, ao ser utilizada para movimentar um carro, em vez de emitir gases pelo escapamento, há a eliminação de vapor de água – sem poluir o ar.
Para o coordenador de Integração Powertrain (conjunto motor e transmissão) na Fiat Powertrain Tecnologies, Flávio Flisch, a chave para a utilização do hidrogênio é a descoberta de uma forma de armazenamento prolongado do elemento.
Apesar dos protótipos já elaborados por algumas montadoras neste sentido, o gerente de planejamento, vendas e alianças estratégicas em powertrain na GM, Pedro Manzano, há ainda outras questões em aberto como o custo da produção de hidrogênio e a rede de distribuição.
Híbrido - O veículo híbrido faz uma espécie de ‘ponte’ para a célula de combustível e o veículo elétrico. Esse sistema, que alia combustíveis líquidos e energia elétrica, chega a reduzir em até 45% o consumo de gasolina.
A tecnologia já começa a ser aceita pelos consumidores. Estados Unidos e Arábia Saudita, por exemplo, já possuem mercado para a tecnologia. “Até 2025, cada fabricante terá, pelo menos, um híbrido na linha”, diz Manzano.