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Sob clima tenso, sessão no Senado define futuro de Renan Calheiros
Do Diário OnLine
12/09/2007 | 15:07
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A sessão secreta que define o futuro político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), continua quente no plenário da Casa. De acordo com o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que está acompanhando a sessão devido a uma autorização especial concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), os três relatores do processo no Conselho de Ética já fizeram os seus discursos.

Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), que produziram o relatório a favor de cassação de Renan que foi aprovado pelo colegiado e também pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), voltaram a defender a perda de mandato do senador alagoano.

Já Almeida Lima (PMDB-SE), que teve seu relatório descartado pelo Conselho na semana passada, disse novamente que Renan não quebrou o decoro e por isso não pode ser retirado do Congresso Nacional.

Agora, após os discursos dos outros senadores e dos advogados de acusação e de defesa, terá início o processo de votação secreta no Senado, quando os 81 senadores irão decidir se Renan Calheiros é culpado ou inocente no processo em que é acusado de ter contas pessoais pagas pela Construtora Mendes Júnior – no caso a pensão de uma filha que teve em um relacionamento extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso.

Caso pelo menos 41 parlamentares decidam que Renan é culpado, em uma votação que será realizada de forma secreta, ele será cassado e perderá seus direitos políticos pelos próximos oito anos. Caso contrário, o senador continuará na presidência da Casa e os outros processos contra ele continuarão tramitando no Congresso Nacional.

Confusão –
A sessão no plenário do Senado começou por volta das 11h20 desta quarta-feira, depois de muita confusão, pois os seguranças não haviam sido informados sobre a autorização especial concedida aos deputados para que eles pudessem assistir à sessão. Com isso, eles tentaram impedir a entrada dos parlamentares.

Os primeiros a tentarem a entrar a força no plenário do Senado foram Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV-RJ), que trocaram socos com os seguranças. No meio da confusão, Gabeira ainda acertou sem querer um soco no vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), que tentava apartar a briga. Depois disso, o deputado do PV pediu desculpas ao colega.

Após a confusão, Viana, que comanda a sessão, autorizou a entrada de qualquer deputado no Senado, e não só dos 13 que haviam recebido autorização especial da Suprema Corte.

Sessão fechada -
A sessão que determinará a cassação ou a absolvição de Renan é realizada de forma fechada, ou seja, com a presença apenas dos 81 senadores, dos deputados federais que receberam autorização especial do STF e dos advogados de acusação e de defesa de Renan.

Antes de a sessão ser fechada ao público na manhã desta quarta, alguns senadores fizeram discursos no plenário. Alguns criticaram o fato de a sessão ser fechada e outros disseram que a confusão que aconteceu no Parlamento manchou ainda mais a imagem da instituição.

Já Tião Viana criticou, no seu discurso de abertura, que foi aberto ao público, a decisão da Suprema Corte de permitir a entrada de deputados no plenário. A Mesa Diretora do Senado até entrou com um recurso no Supremo contra essa decisão, mas para esta quarta ela não terá nenhum efeito.

 De acordo com ele, qualquer vazamento dos debates durante a sessão é crime passível de perda de mandato.

O plenário do Senado já foi vistoriado para que não haja equipamentos como gravadores e celulares escondidos. A varredura foi feita pela Polícia Judiciária da casa.



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