Economia Titulo Sem resposta da Volks
Sem resposta da Volks, cegonheiros seguem em estado de atenção

Motoristas pressionam montadora a manter
os atuais contratos de prestação de serviço

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
25/05/2016 | 07:14
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Denis Maciel/DGABC


Os cegonheiros que prestam serviço para a Volkswagen seguem apreensivos diante do silêncio da montadora a respeito de uma possível alteração nos contratos de entrega dos veículos zero-quilômetro produzidos pela multinacional alemã para as concessionárias no Brasil. Segundo os motoristas, a empresa planeja deixar o serviço sob responsabilidade de apenas uma distribuidora, o que colocaria em risco 50 mil empregos diretos e indiretos em todo o País.

Atualmente, a Volkswagen possui contrato com quatro grandes companhias de logística: Brazul, Tegma, Transauto e Transzero. Essas, por sua vez, subcontratam pequenas e médias empresas e trabalhadores autônomos. São aproximadamente 3.600 prestadores de serviço.

Na segunda-feira, os cegonheiros fizeram assembleia em São Bernardo, na qual foi deliberada paralisação parcial por tempo indeterminado. Em julho do ano passado, foi deflagrada greve pelo mesmo motivo, com duração de cinco dias. Na ocasião, a Volkswagen confirmou que estava “realizando uma ação regular” para “verificação e análise do posicionamento de preços de um serviço dentre as opções disponíveis no mercado”. Depois, voltou atrás e manteve o negócio sem alterações. Nos bastidores, a informação recorrente era de que a atividade seria assumida pela Julio Simões Logística – mesma especulação que tem circulado agora.

Ontem, os motoristas da região executaram o transporte de veículos para exportação ao Porto de Santos. Na fábrica da Volkswagen em Taubaté, entretanto, não houve entrega. Isso porque os próprios funcionários da Julio Simões, que fazem a logística interna na planta carregando os caminhões-cegonha, estavam em greve para reivindicar reajuste de 17%.

Os trabalhadores esperam que a Volkswagen realize hoje reunião com as quatro distribuidoras para negociar a situação. A montadora vem sendo procurada pelo Diário desde segunda-feira, mas até o fechamento desta edição não se manifestou.

IMPACTO NA REGIÃO - Caso a multinacional decida confirmar as modificações contratuais, o Grande ABC seria afetado com a perda de pelo menos 5.000 postos de trabalho diretos. O impacto indireto seria ainda maior, já que, principalmente no entorno da fábrica, no bairro Demarchi, os estabelecimentos dos setores de comércio e serviços também teriam forte queda na movimentação, o que poderia gerar fechamentos.

A categoria estima que, por conta da queda na demanda por veículos zero-quilômetro no País, cerca de 1.500 equipamentos, entre cavalos e carretas, estão parados.

Trabalhadores ouvidos pelo Diário afirmam ainda que, no caso de cancelamento de contrato, terão fortes prejuízos, já que investiram em treinamento e melhoria da frota para atender às necessidades da montadora.
 




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