Automóveis Titulo Lançamento
Picape sangue quente
Vagner Aquino
Enviado a Aldeia da Serra (SP)
15/02/2012 | 07:00
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Divulgação


Tração 4x4, bom espaço interno e para bagagens, visual moderno e, claro, robustez. Criar uma picape média que atenda ao gosto do consumidor não é um bicho de sete cabeças. Mesmo assim, ainda há quem erre essa receita.

Dentre tantos outros modelos que enchem os olhos(e esvaziam o bolso) do brasileiro, está a Nissan Frontier - produzida no Brasil (na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná) há dez anos.

Ao contrário do que o consumidor local pede, o modelo em questão não optou pela flexibilidade do motor e nem mesmo possui linhas lá tão modernas - sua última repaginação foi em 2007, e a versão 2013 que avaliamos aqui também não traz novidades estéticas. De qualquer forma, a Frontier fechou o mês de dezembro abocanhando 10,9% de participação de mercado - em setembro de 2009 tinha apenas 5,6%.


Desta maneira, prefere-se acreditar que a Nissan deixa o rostinho bonito de lado e dispara toda sua munição no que realmente é vital para uma boa picape: a força.

Pois é, esta é a grande aposta para linha 2013 do modelo, que - para atender às normas do Proconve L6 - também está menos poluente e, em consequência, até 10% mais econômica.

Tudo isso é mérito da atualização do motor 2.5 turbodiesel de 16 válvulas, que, na terceira geração, herdou tecnologias europeias (o bloco vem da Espanha) como o incremento do sistema de tratamento de gases do escapamento, sem contar a troca de vários componentes.

De acordo com a Nissan, o propulsor da picape (a mais sangue quente da categoria) está até 32% mais potente. Já o torque cresceu até 26%. Para se ter ideia, todas as opções com tração 4x4 (que antes tinham 144 cv ou 172 cv) agora oferecem potência de 190 cv. Já os modelos 4x2 - leia-se a XE 4x2 e a SE 4x2 - pularam de 144 cv para 163 cv. Isso acaba com a confusão gerada em torno da cavalaria de determinada configuração. Sem contar que a vida tornou-se mais empolgante a bordo do modelo, que agora tem torque de 45,8 mkgf e 41,09 mkgf (ambos a 2.000 rpm) - falando das versões 4x4 e 4x2, respectivamente.

Mesmo ultrapassando as duas toneladas, a versão avaliada (topo de linha LE Attack 4x4) mostrou-se ágil, principalmente em se tratando de trechos fora de estrada - que podem ser enfrentados pelo motorista ao simples giro de um botão no painel (operação feita a até 80 km/h). Uma evolução quando se pensa nas (duras) alavancas seletoras da concorrência. Tão bom que a parceira Renault resolveu adaptar o sistema de tração (batizado de Shift-on-the-Fly) no utilitário esportivo Duster Dynamique 4x4.

Pronta para encarar o off-road, a Nissan Frontier - que tem 32 graus de ângulo de ataque, 24 graus de ângulo de saída e altura livre do solo de 22 centímetros - traz, de série, pneus de uso misto nas versões Attack. Assim, os ocupantes ganham mais conforto, complementado pelo bom trabalho das suspensões.

O câmbio automático de cinco velocidades é o mesmo da versão anterior, e precisou ser readaptado devido às mudanças no motor. As trocas são eficientes, mas em alguns momentos as retomadas são meio lentas. Nessa hora, o desempenho é comprometido e o giro sobe bastante, tornando inevitável o incômodo sonoro dentro da cabine. Porém nada que fuja do aceitável...

Lista de equipamentos poderia ser maior

Por dentro, a Frontier desperta uma crítica. A cabine merecia atenção especial, afinal, parrudez e provincianismo são características distintas. Um painel pouco mais moderno lhe cairia muito bem.

Partindo de R$ 90.990 (R$ 5.000 mais cara que a anterior), o modelo agregou como itens de série os freios ABS com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem) e air bag duplo. No mais, fazem parte da lista: direção hidráulica, regulagem de altura para o volante e banco do motorista, travas e vidros elétricos, além de ar-condicionado.

A versão topo de linha (R$ 128.990, R$ 1.500 mais cara que a versão 2012), avaliada pelo Diário, acrescenta alguns itens, como bancos de couro e comandos no volante para o controlador de velocidade e CD player com MP3, que tem entrada USB e display colorido de 4,3 polegadas.

Mas a verdade é que, para quem quer abocanhar 16 mil emplacamentos e aumentar a participação de mercado em 1% neste ano, a necessidade é pensar em outros mimos. Cadê o ar-condicionado digital, a conexão bluetooth ou mesmo o sensor de estacionamento?

 




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