Política Titulo Santo André
Sem apoio de Dilma, Carlos Grana recorre a recursos de chineses

Esquecido pela presidente afastada, prefeito se reúne com cônsul da China e inicia diálogo para investimentos do país asiático

Vitória Rocha
Especial para o Diário
19/05/2016 | 07:00
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Divulgação/PMSA


Sem amparo do governo federal para dar andamento a projetos municipais, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), se reuniu ontem com comitiva do consulado chinês no Brasil para discutir parcerias para a cidade. O debate, ainda inicial, envolve investimentos do país asiático em solo andreense.

A construção de cinco UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) 24 horas, que haviam sido prometidas durante a campanha eleitoral de 2012, a finalização do Hospital da Vila Luzita e as obras de mobilidade na Avenida dos Estados e no Viaduto Adib Chammas são exemplos de propostas colocadas em segundo plano pela administração petista devido à falta de apoio da administração da presidente Dilma Rousseff (PT), afastada do cargo por até 180 dias durante o processo de impeachment no Senado.

De acordo com Grana, a ideia é estabelecer parceria entre Santo André e empresas chinesas em áreas como tecnologia, esportes e indústria. “Quem sabe possamos abrir ciclo de investimentos tendo em vista a oportunidade que a cidade tem a oferecer na questão de logística, mão de obra, empresas com potencial econômico.”

Cônsul geral da China em São Paulo, Chen Xi se mostrou inclinado a continuar com o diálogo. “Eu fiquei muito feliz com o que o prefeito me apresentou de colaborações entre Santo André e a China. O governo central e os governos locais da China estão disponíveis para colaborar com Santo André e com o Brasil”, disse.

IMPEACHMENT

Chen Xi afirmou que o processo de impeachment contra Dilma não atrapalha as relações chinesas com o Brasil. Segundo o cônsul chinês, a aliança entre os países é benéfica há anos. “Essas questões, tanto econômicas quanto políticas, são favoráveis para ambos os povos. Então, tanto para China quanto para o Brasil essas relações amigáveis e estratégicas são muito boas e necessárias para seguir com o desenvolvimento, não importando a situação política. Como sou um diplomático, não me convém comentar política.”

Questionado sobre o processo no Senado, Grana se esquivou e relembrou os investimentos da China na cidade. “Nos últimos anos, a relação entre Brasil e China cresceu de forma astronômica. A própria Pirelli aqui em Santo André mostra isso. Independentemente de vontades governamentais, já existe na área comercial o exemplo da Pirelli e o impacto econômico. O que estamos estabelecendo nessa primeira reunião é que a gente se aproxime e estude outros potenciais e outras possibilidades.”

Para o prefeito, a recessão econômica pode ser favorável. “Todo mundo quer estabelecer relações comerciais com a China pela sua grandiosidade, sua importância econômica e cultural. (Neste momento) Nós podemos expandir as nossas exportações, aumentar os investimentos. Como já diz o velho ditado chinês: crise também é sinônimo de oportunidade. É nesse momento que precisamos tomar iniciativas. A economia brasileira continua funcionando, talvez não como antes, mas não parou.” 




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