A picape F-1000 foi responsável por muitas vitórias da Ford no mercado brasileiro. Desempenhou o trabalho duro de diversas atividades profissionais dos consumidores deste tipo de veículo. E também provocou uma mudança significativa no comportamento cultural do motorista, já que foi uma das principais precursoras do uso de utilitários no dia-a-dia do trânsito urbano, fazendo as vezes do automóvel. Abriu, desta forma, um novo nicho mercadológico, provando para as montadoras que muita gente que compra uma picape faz a opção pensando em lazer e não em transporte de cargas.

Uma das grandes conquistas da F-1000 aconteceu em 1996, quando o modelo superou a marca de 300 mil unidades comercializadas no atacado. Na época era líder do segmento de picapes há 13 anos consecutivos e a Ford preparou uma comemoração especial na linha de montagem da fábrica Ipiranga, em São Paulo, onde o modelo era produzido.

“A venda de mais de 300 mil picapes F-1000 comprova a preferência do produto pelo consumidor e, sem dúvida, boa parte deste sucesso mercadológico está na ampla gama de opções oferecidas pela Ford, que vai da motorização, a gasolina ou diesel, e chega até a tração simples ou 4x4 e ao chassi convencional ou alongado”, afirmava Udo Kruse, então presidente da Divisão de Marketing e Vendas da montadora.

A F-1000 foi uma evolução da F-100, cuja produção teve início em outubro de 1957 e se encerrou em 1987. Neste período foram vendidas 118.166 unidades. O lançamento da nova F-1000, com design reformulado, foi em 1989 e até janeiro de 1996 a comercialização no atacado atingiu 181.541 veículos, acumulando um total de 299.707 picapes. A marca de 300 mil foi ultrapassada em fevereiro, quando outras 1.379 unidades foram distribuídas à rede de concessionários da marca.

Em 1995, com a venda de 13.439 unidades, a F-1000 garantiu à Ford 6,6% de participação no segmento de picapes convencionais e derivadas de automóveis do mercado nacional. Também em 1995 foi eleita Picape do Ano por jornalistas especializados de todo o país. Disponível em 13 opções – 4x2 e 4x4 Super, Super Série, Chassi Longo e SuperCab, importado da Argentina, com motores 3.6 a gasolina e 4.8 a diesel, aspirado ou turboalimentado – a F-1000 era a picape convencional com capacidade de carga para 1t que oferecia a linha mais diversificada do mercado.

“Para desenvolver e iniciar a produção da F-1000 4x4, em 1993, e ampliar suas ofertas no segmento de comerciais leves, com os modelos de cabine alongada (SuperCab) e de caçamba com maior capacidade em volume (Chassi Longo), a Ford investiu US$ 5 milhões”, disse Cláudio Tombolatto, então gerente de Planejamento do Produto. Na época, o mercado de picapes com tração 4x4 era atendido por um único modelo nacional, o Toyota Bandeirante, e alguns importados, como o Mitsubishi L-200, Toyota Hilux e Nissan King Cab.

A linha 1995 apresentou uma série de inovações para o usuário a partir da padronização dos modelos Super e Super Série. Assim, tanto os veículos equipados com motor diesel naturalmente aspirado ou turboalimentado receberam a mesma composição de equipamentos e opcionais como, por exemplo, ar-condicionado, rodas de alumínio 15x7, pneus radiais 255/75R, porta-objetos no painel das portas, trava elétrica, espelhos retrovisores e vidros elétrico.