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CPI da Merenda é ampliada e envolve governo Marinho

Base de Alckmin protocola investigação sobre denúncias de desvio de recursos estaduais também em prefeituras

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
11/05/2016 | 07:50
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Montagem/DGABC


A base do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na Assembleia Legislativa propôs CPI ampliada da merenda, que vai envolver os casos investigados pela Operação Alba Branca junto ao governo estadual e também às prefeituras citadas inicialmente pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, entre elas a gestão de Luiz Marinho (PT), em São Bernardo.

Em janeiro, força-tarefa da Polícia Civil e do MP deflagrou investigação em contratos da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar). Além de São Bernardo, a empresa possuía acordo com ao menos 20 administrações municipais. Representantes da entidade relataram cobrança de propina por parte do presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), e de servidores do governo Alckmin.

A proposta de CPI da Merenda foi feita pela bancada de oposição ao governador na Casa, porém, sem envolver as prefeituras citadas. Ontem, a bancada de sustentação optou por apresentar seu próprio pedido de CPI, abrangendo as gestões municipais. A solicitação foi feita uma semana após estudantes terem ocupado o plenário da Assembleia cobrando apuração do episódio por parte dos deputados.

O bloco governista contou ter 70 assinaturas, número suficiente para aprovação da CPI ampliada da merenda. Porém, há entrave regimental que deve ser solucionado hoje. As regras internas da Assembleia Legislativa permitem que cinco CPIs funcionem ao mesmo tempo. A investigação da merenda seria a sexta – ou seja, teria de esperar a conclusão de outra comissão para ser efetivada, o que poderia acontecer somente em 2017. Por isso, deputados governistas querem também alterar o regimento interno para permitir a sexta CPI e dar início à apuração desse caso.

O deputado Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo, afirmou que não havia assinado a CPI da Merenda proposta pela oposição “porque o trabalho de investigação aos servidores estaduais e deputados já está em curso pela polícia e MP”. “Precisamos apurar os contratos com as prefeituras, entre elas a de São Bernardo. Existe desejo de que se esclareça tudo. Teremos de convocar, inclusive, a secretária de São Bernardo que assinou com a Coaf”, afirmou o tucano, citando a ex-titular de Educação Cleuza Repulho (PT). Na gestão Marinho, o contrato, em vigência desde 2010, é para fornecimento de suco de laranja para a merenda escolar.

O parlamentar Luiz Fernando Teixeira (PT), de São Bernardo, opinou que a CPI ampliada da merenda é “chapa branca”. “É a CPI do Alckmin. Vem para abafar a investigação concreta. Ou você acha que uma CPI proposta pelo PSDB para investigar o governo do PSDB será séria? Cabe a nós, do PT, trabalharmos nessa CPI para deixá-la séria.”

Atila Jacomussi (PSB), de Mauá, que já havia assinado a CPI da Merenda da oposição, viu como importante o fato de abranger as administrações municipais. Vanessa Damo (PMDB), também de Mauá, criticou a postura do PT. “Alguns deputados do PT falam com despeito do caso. O correto é investigar a todos, ter uma CPI atuante e que coíba práticas vergonhosas como essas.” 




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