Nesta quarta-feira, Castro negou, em depoimento à polícia, as acusaçoes de favorecimento próprio em troca de multas administrativas contra a Artesanal Marcenaria, de propriedade do marceneiro Mauro Ferreira Antao, autor das denúncias. Castro prestou depoimento ao delegado Maurício Druziani, da 4ªSeccional da Zona Norte de Sao Paulo.

Em depoimento, Castro alegou que a conversa realizada com o marceneiro foi de caráter pessoal e nao profissional. Segundo o delegado, o administrador regional disse ainda, em depoimento, que apenas queria contratar os serviços da marcenaria e que, no decorrer da conversa, Antao começou a fazer perguntas sobre como resolver problemas com a Administraçao Regional.

A conversa entre o administrador regional e o marceneiro autor das denúncias foi gravada no dia 30 do mês passado por recomendaçao do Grupo de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público Estadual.

Segundo informaçoes do Gaeco, Antao deveria fabricar móveis para a casa de Castro no valor total R$ 10.550, em troca de perdao de dívida de R$ 30 mil, referente a processo administrativo instaurado em 1998 por "diversas irregularidades".

Castro continua preso em uma sala da 4ª Seccional. Segundo o delegado, ele deveria ser transferido ontem para o 77º DP, em Santa Cecília, na regiao central, onde estao presos o vereador cassado Vicente Viscome e o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves. Druziani afirmou ainda que outros funcionários da AR do Jaçana/Tremembé deveriam ser ouvidos entre ontem e hoje. Se for condenado, a pena de Castro pode variar de dois a 11 anos de reclusao.

O administrador regional nao quis dar declaraçoes à imprensa. O advogado de Castro, Daniel Leon Bialfki, nao foi encontrado pela reportagem. Castro foi exonerado pelo prefeito Celso Pitta (PTN). O funcionário público ocupava o cargo de administrador regional desde fevereiro de 1999.