Nesse cenário, rever a estrutura de gastos é prioridade, na avaliação do especialista em contas públicas Raul Velloso. "O gestor público precisa ter liberdade para poder gastar e para escolher o que vai cortar, onde e quando. A desvinculação é uma das melhores medidas a serem tomadas", diz ele.
O ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas avaliou que a estratégia da equipe de Temer de reduzir a taxa de juros rapidamente está correta, mas o BC tem de avaliar as condições técnicas para isso. "Se o vice gerar a expectativa de que vai fazer o que é preciso, os juros cairão, mas cairão mais rapidamente quanto mais a parte fiscal ajudar", afirmou. E essa queda pode ajudar, sim, na recuperação. "É uma medida imediata para retomar algum nível de atividade e conseguir fazer com que a recessão ao menos pare de se aprofundar - e se não conseguir reverter o quadro recessivo num prazo razoável, o governo Temer estará perdido", diz o economista José Luís Oreiro.
Apesar de a composição da agenda e da equipe ser importante, alguns economistas frisam que o ponto-chave ainda é político. "No final do dia, o grande desafio é saber a capacidade do PMDB de aprovar uma agenda mínima no Congresso, qualquer cenário econômico depende disso", avalia Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. "Eu sou otimista, para mim, o PMDB entende a gravidade da crise e vai tentar estabelecer uma agenda mínima." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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