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Kuroda, do BoJ, enfatiza disposição de voltar a agir após manter política
28/04/2016 | 07:06
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O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse hoje que está disposto a agir em qualquer reunião de política monetária do BC japonês e que fará o possível para cumprir sua meta de inflação de 2% o quanto antes. Os comentários vieram após o BoJ optar por não tomar novas medidas neste mês, ao fim de um encontro de dois dias para rever sua política.

"Não há mudança em nossa abordagem de que faremos o que for necessário a cada reunião de política monetária" para alcançar o nível de inflação desejado, disse Kuroda, durante coletiva de imprensa que se seguiu ao anúncio do BoJ. "A ideia de que você não pode agir na próxima reunião se você age agora ou que você deve esperar pelo menos seis meses (antes de voltar a agir) - não temos esse tipo de pensamento de forma alguma", ressaltou.

Apesar de sinais crescentes de fraqueza na economia do Japão e de fortes expectativas para novos estímulos monetários, o BoJ decidiu hoje manter inalterado o volume de seu programa de compras de ativos, em 80 trilhões de ienes (US$ 718 bilhões) por ano. A taxa de depósitos também ficou inalterada, em -0,1%. A postura do BoJ levou a Bolsa de Tóquio a encerrar o pregão desta quinta-feira em queda de 3,61%, a maior em mais de dois meses, e impulsionou o iene ante o dólar e o euro.

Na coletiva, Kuroda foi mais enfático do que o normal quanto a sua disposição de agir, possivelmente numa tentativa de evitar especulação sobre a suposta falta de munição do BoJ ou de que ele tenha perdido a confiança em sua própria política.

"Se necessário, há muito, muito espaço para reduzir ainda mais a taxa negativa", disse Kuroda, referindo-se à taxa de depósitos.

Para o chefe do BoJ, não há limites para as medidas de política monetária e o BoJ está determinado a atingir a meta de inflação em cerca de dois anos.

Segundo Kuroda, foi apropriado manter a política inalterada agora para avaliar o impacto da taxa negativa, que foi anunciada em janeiro e entrou em vigor no mês seguinte, e é necessário mais tempo para que os efeitos da medida cheguem à economia e aos preços.

Kuroda também refutou sugestões de que queixas de bancos japoneses sobre o impacto da adoção da taxa negativa possam manter suas mãos atadas. "Nunca decidimos política monetária com base no que as instituições financeiras apoiam ou não", afirmou.

Kuroda disse ainda que o BoJ, "por enquanto", não está considerando conceder empréstimos aos bancos a taxas negativas como forma de compensar suas eventuais perdas. Fonte: Dow Jones Newswires.




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