Depois de ser alvo de críticas internas por parte de militantes do PT de Santo André, o secretário municipal de Saúde, Homero Nepomuceno (PT), alfinetou parcela dos correligionários e frisou que “foi convidado a assumir o cargo” pelo prefeito Carlos Grana (PT) e deixa o posto “nas mãos” do comandante do Paço. Ao rebater os ataques, em evento realizado ontem na cidade, o titular da Pasta frisou que tem história no partido. “Tenho a dizer que sou filiado e militante desde 1981. Estou há dez anos como secretário de Saúde. Desconheço outro titular que tenha ficado tanto tempo no cargo. Sou o único que começou com o prefeito e ainda continua em todo o Grande ABC.”

Embora tenha evitado mencionar nomes, a fala de Homero teve direcionamento ao ex-adjunto de Governo do Paço Willians Bezerra, que, aos 32 anos, será candidato à vereança pela primeira vez – é filiado à sigla desde 2000 e autor de algumas restrições contra o secretário, como distância entre funcionários do setor e o gabinete do titular. Por outro lado, após sua defesa, o integrante do alto escalão mencionou que “está em partido democrático e críticas são bem-vindas”. “Estou tranquilo com minha trajetória, na legenda e na Saúde. A história fala por mim e não preciso dar resposta a ninguém. O dia que eu for citado a falar na instância correta, que é dentro do PT, eu vou falar. Neste momento, silêncio é a melhor das armas.”

Os ataques expostos por Willians em conversas em grupos de WhatsApp, no entanto, não são isolados. Há outras alas no petismo que condenam a atuação de Homero, inclusive comissionados no governo. O secretário falou que teve ciência apenas pelos jornais. Questionado sobre o pressão de correntes por sua exoneração, ele pontuou que Grana o deixou sossegado para trabalhar na área. “Ele me deu palavras de incentivo: ‘secretário continua trabalhando. Quero ver vocês (funcionários) na rua’.”

Em relação à falta de participação em manifestações pró-PT na cidade, Homero sustentou que tem comparecido “dentro das possibilidades pessoais e profissionais”. “Sou militante do PT de primeira hora.” Em contrapartida, para o titular, apesar da crise, Santo André é uma das poucas cidades que enfrenta os desafios “com competência”. “Desconheço municípios (nesta mesma situação), e ando muito pelo Estado (de São Paulo).”

(Colaborou Vanessa de Oliveira)