Política Titulo Transporte
Grana nega nova licitação de linhas atendidas pela Guarará

Para prefeito andreense, não há desobediência
de contrato; a possibilidade teria sido cogitada

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/04/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), e o diretor da SA Trans, coronel Fábio de Jesus Leite, descartaram realizar nova licitação das linhas de transporte público gerenciadas pela Expresso Guarará.

Desde o início da semana circularam informações dando conta que a administração estudava cancelar a concessão da Expresso Guarará por falhas constantes no cumprimento do contrato, como atraso nos horários e oferta de coletivos com idade acima da permitida.

“Desconheço essa informação. Existe uma concessão que vale por 25 anos. Você só faz uma nova concessão quando a vigente termina, não quando está em curso. Se houver descumprimento (do acordo) aí é o caso (de cancelar). Mas neste momento não existe nenhum motivo que nos leve a romper o acordo”, assegurou Grana. “Não estou sabendo de nenhuma licitação nova”, resumiu coronel Fábio.

A Expresso Guarará foi fundada em 1999 por Sebastião Passarelli (morto em outubro de 2014). Hoje é administrada por Silvio Passarelli, filho de Sebastião. Até o ano passado, tinha Claudinei Brogliato como gestor legal – Brogliato é dono da Suzantur, operadora do transporte público de Mauá.

A empresa administra atualmente 17 linhas, principalmente na região da Vila Luzita. Esse lote é considerado um dos mais rentáveis de Santo André, por atender a uma região periférica e ligá-la ao Centro, onde estão os terminais rodoviário e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A firma possui 100 veículos, sendo que 78 operam em Santo André e o restante faz trajeto intermunicipal.

Nos bastidores da Prefeitura, cogitou-se que abertura de nova licitação poderia ser manobra para limpar o nome da Guarará, que tem dívida com a administração municipal (de R$ 15 milhões, segundo o governo Grana), com instituições bancárias e com o governo federal pelo não pagamento de devidos impostos. Informações extraoficiais davam conta que, com a nova concorrência, a Expresso Guarará poderia decretar falência e postergar a quitação das pendências financeiras.

SUZANTUR

Dono da Suzantur, Brogliato disse, em novembro, que a situação da Expresso Guarará era complicada. “Não tem como vender. São muitos problemas. (Meu trabalho será) Ver se a empresa tem condições de continuar ou se quebra logo. A empresa é invendável. Tem de arrumar um rumo. Cheguei ontem (segunda-feira) e meu trabalho vai durar 60 dias.”

Recentemente, a firma viu greve de seus funcionários – são 600 no total – por atraso nos depósitos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e no pagamento do vale-refeição, além de demissões de colaboradores com estabilidade. A família Passarelli também detém a Viação São José de Transportes. 




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