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Cesta básica fica 13,24% mais cara em um ano

Oscilação do kit no Grande ABC é superior à inflação acumulada em 12 meses, que deve chegar a 9,21% em abril

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
21/04/2016 | 07:23
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Denis Maciel/DGABC


O preço médio da cesta básica na região teve aumento de 13,24% em um ano, segundo pesquisa feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) realizada em supermercados de seis dos sete municípios do Grande ABC (Rio Grande da Serra não integra o levantamento). A variação é superior à inflação acumulada em 12 meses até abril, que, segundo o Relatório Focus, do Banco Central, deve atingir 9,21%. O valor total do kit, que possui 34 itens, saltou de R$ 475,85 para R$ 538,95, incremento de R$ 63,10.

A alta foi puxada, principalmente, pelo grupo dos hortifrutigranjeiros, que apresentou oscilação de 18,04%. O item que mais subiu foi a batata, cujo preço mais que dobrou, passando de R$ 2,74 para R$ 5,78. O coordenador da pesquisa da Craisa, engenheiro agrônomo Fábio Vezzá De Benedetto, explica que a elevação foi provocada pela seca ao longo do ano passado, o que prejudicou o plantio da batata e diminuiu a oferta no mercado, fazendo com que o preço aumentasse.

Entre os produtos alimentícios em geral, cujo aumento total foi de 14,7%, os cortes bovinos de primeira e de segunda encareceram 13,05% e 15,49%, respectivamente, para R$ 23,74 e R$ 16,10. O açúcar, por sua vez, subiu 65,49%, atingindo R$ 2,35. Benedetto destaca que essas variações foram impulsionadas pelo dólar, cuja cotação subiu 17,7% entre o dia 22 de abril do ano passado e ontem. Essas mercadorias são commodities, ou seja, têm o preço negociado internacionalmente. “A desvalorização do real faz com que esses itens fiquem mais competitivos lá fora. Com o aumento da concorrência, os produtores cobram mais no mercado interno.”

O feijão variou 25,34% em um ano, sendo vendido a R$ 3,66. O engenheiro atribui a alta à estiagem ao longo de 2015, o que atrapalha o plantio. Com a crise hídrica, os produtores passaram a ter restrições para utilizar irrigadores. Além disso, o verão de 2016 foi muito chuvoso, o que prejudicou a colheita. O grupo de itens destinados à limpeza doméstica caiu 22,47%, enquanto o de higiene pessoal subiu 0,79%.

SEMANA - Na comparação com a semana passada, o preço médio da cesta básica ficou praticamente estável, com elevação de 0,51%, passando de R$ 536,13 para R$ 538,85. O comportamento de diversos produtos seguiu a tendência observada na variação anual, como o feijão, que subiu 8,61%.

Foram registradas elevações nos grupos de alimentos em geral (0,24%), higiene pessoal (0,94%) e hortifrutigranjeiros. Os produtos de higiene pessoal caíram 4,6%.
 




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