Política Titulo Manifestação
Clima de festa toma conta da Av.Paulista
Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
18/04/2016 | 07:00
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Clima de festa tomou conta da Avenida Paulista, na Capital, durante todo o dia de ontem por conta do ambiente de confiança pela queda da presidente Dilma Rousseff (PT). Manifestantes favoráveis ao impeachment da petista chegaram ao local no início da tarde e boa parte permaneceu até o fim da votação, por volta da meia-noite. Durante as cerca de seis horas de discursos, o público ficou atento aos telões espalhados pela via.

Segundo a PM (Polícia Militar), 215 mil pessoas estavam na Paulista no auge da manifestação, às 18h. Os organizadores estimaram 800 mil. Já o Datafolha disse que o ato reuniu 250 mil.

Do começo ao fim da apreciação do processo na Câmara, manifestantes misturavam alegria com a larga vantagem obtida pelo ‘sim’ com ansiedade e cansaço. Quando a votação iniciou, às 18h45, o protesto já transcorria há pelo menos cinco horas. “Parece premiação de Oscar, ficam fazendo discursos longos em vez de dizer apenas ‘sim’ ou ‘não’”, reclamou uma das participantes. Governistas foram vaiados durante declaração de voto na tribuna.

Por volta das 23h10, quando o 342º voto positivo ao afastamento de Dilma foi declarado, o público caiu em delírio, comemorando o resultado como final de Copa do Mundo. “(A votação na Câmara) Foi o que a população esperava. O Senado está vendo que estamos na rua até essa hora, às vésperas de uma segunda-feira, e votará pelo impeachment”, mencionou o instrutor industrial Nelson Gelson, 34 anos.

A principal concentração entre os manifestantes ocorreu em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), entidade favorável ao impedimento da petista. Vestidos de verde e amarelo, participantes estavam munidos de apitos e cartazes com palavras de ordem contra Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também havia telão instalado na porta da sede do órgão, além do tradicional pato inflável, que representa a campanha da Fiesp contra o aumento de impostos.

No meio da tarde, a informação de que o STF (Supremo Tribunal Federal) negou pedido de Reginaldo Lopes (PT-MG), parlamentar governista, para suspender a sessão do impeachment inflamou ainda mais a animação dos presentes, que entoavam gritos de “não vai ter golpe, vai ter impeachment” e “Fora PT”. Ovacionado em outras manifestações, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, pouco foi citado.

Logo no início do ato, o calor era o principal inimigo. Os termômetros na Paulista marcavam 33ºC. Qualquer sombra era refúgio. Porta de lojas da avenida com ar-condicionado serviram de abrigo para diversos participantes. Horas antes da votação, o clima já era de otimismo. “Eu espero que dê certo (a aprovação do impeachment). Não dá mais para ficar assim. Se ela (Dilma) tivesse vergonha na cara, renunciaria”, dizia o empresário Edson Melo, 47, que foi à Paulista acompanhado da mulher, Rita Rodrigues, 50.  




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