A promotoria da Cidadania do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) em Diadema investiga o pagamento de uma dívida do prefeito José de Filippi Júnior (PT) com o comerciante Mário Moreira, tio da primeira-dama, Inês Maria Boffi de Filippi.

Ele foi condenado a ressarcir aos cofres públicos R$ 183 mil por uma propaganda institucional considerada irregular. A Justiça puniu o prefeito porque o material tinha três estrelas, consideradas referência ao PT e as três vezes que administrou a cidade.

Com a ajuda de outros petistas da cidade, Filippi arrecadou parte do valor que teve de reembolsar à Prefeitura. Ele pediu emprestado a Moreira R$ 150 mil que seriam usados para a devolução aos cofres municipais. O caso veio à tona quando Filippi foi tesoureiro da campanha de reelição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O empréstimo de Moreira fez com que a promotora Cecília Maria Denser de Sá Astoni passasse a investigar também a origem do dinheiro. Na semana passada, o comerciante afirmou que já havia recebido e que “achava que o dinheiro teria vindo do diretório do PT”.

Com base nessas informações, a promotora enviou ofícios aos diretórios municipal e nacional para saber se eles haviam feito o pagamento. Cecília disse que não há, por ora, prova de que isso foi feito.

Em abril deste ano, o PT de Diadema promoveu um jantar em uma churrascaria para arrecadar dinheiro para o pagamento da dívida do prefeito. Na época, o presidente do diretório municipal, Antônio Lusairto Fidélis, afirmou que o partido havia assumido a dívida.

Na segunda-feira, o secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT, Paulo Ferreira divulgou uma nota: “O Diretório Nacional do PT efetuou, durante o ano de 2006, repasses de caráter extraordinário, através de recursos próprios, ao diretório de Diadema. A responsabilidade quanto à utilização dos valores cabe ao mesmo.” Filippi e Fidélis não foram encontrados para comentar o assunto.