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Lourenço Mutarelli atualiza o álbum ‘Transubstanciação’
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
09/05/2001 | 20:39
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Transubstanciação, romance seqüencial que balançou a cena das histórias em quadrinhos do país em 1991, é relançado nesta quinta, dez anos depois de sua primeira e esgotada edição. Com essa obra, o autor Lourenço Mutarelli Jr. consagrou-se como o melhor autor das HQs nacionais com um estilo próprio, sem apelo comercial, como o francês Moebius e os italianos Liberatore & Tamburini.

A Devir Quadrinhos, editora do trabalho, preparou o lançamento para esta quinta na Fnac, em São Paulo (av. Pedroso de Moraes, 858. Tel.: 3097-0022), com a presença do autor, às 19h. A nova e luxuosa edição, com 48 páginas em preto-e-branco, estará disponível apenas em livrarias, ao preço de R$ 15,50. Para essa versão, Mutarelli acrescentou Réquiem, que narra a jornada pelo inferno pessoal que deu origem a seu álbum consagrado.

O autor compara o livro a uma espécie de DVD, compact disc que traz um filme e comentários, cenas adicionais e outros extras sobre a história. Mutarelli considera Réquiem o making of do processo que levou ao surgimento de Transubstanciação. “Especificamente o episódio em que descrevo o ‘exercício de morrer’”, escreve na nota do autor.

Transubstanciação revela um poeta angustiado pela síndrome do pânico. Ele deseja se libertar por meio da morte. Com traços entre claro e escuro, cenários com automóveis antigos e personagens fracassados, o roteiro busca nas angústias e nas neuroses urbanas sua fonte. Mutarelli é cinematográfico em sua exploração por ângulos diferentes. Fascinado por narrativas seqüenciais, busca inspiração no cinema noir e nos trabalhos dos irmãos Joel e Ethan Coen.

No momento, o desenhista conclui a última parte da trilogia do amoral, gordo e perdedor detetive Diomedes, iniciada com os excelentes O Dobro de Cinco e O Rei do Ponto. A Soma de Tudo finaliza a obra, mas o personagem deve ter vida própria depois. “Fiz como algo que gostaria de ler, pois percebi que faltavam nos quadrinhos brasileiros histórias de aventura, como as HQs clássicas”, diz.




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