A produção de leite no Brasil cresceu 10% no primeiro semestre de 2005 em relação ao mesmo período do ano passado. Por causa disso, o produto está sendo vendido a um preço inferior ao custo da produção. Para evitar o prejuízo dos produtores e garantir o estoque do produto, o Ministério da Agricultura destinou R$ 50 milhões do Sistema Nacional de Crédito Rural a empréstimos para empresas e cooperativas de leite.

A exigência para que a empresa tenha acesso aos recursos é comprovar o pagamento do preço mínimo do litro de leite ao produtor e garantir que ele vai ser estocado. Para pegar o empréstimo, que deve ser pago em seis meses, a empresa ou cooperativa precisa procurar o Banco do Brasil.

O coordenador geral para pecuária e culturas permanentes da Secretaria de Política Agrícola do Ministério, Eduardo Sampaio, disse que o preço mínimo do produto, em média, é de R$ 0,37 por litro. "Se o produtor de leite ficar desestimulado porque o preço fica muito abaixo do custo da produção, pode parar de investir e, num futuro próximo cair muito a produção de leite. Com isso o Brasil pode ter que voltar a importar", afirmou.

Segundo ele, isso torna o país vulnerável ao mercado externo. "Você pode ter uma elevação da taxa de câmbio e o preço do leite ficar muito alto. Então, a importância é manter a estabilidade de abastecimento e de preço em curto, médio e longo prazos".