Automóveis Titulo
Evolução da espécie
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
14/07/2010 | 07:15
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Andréa Iseki/DGABC


Até onde sabemos, o inglês Charles Darwin, criador da Teoria da Evolução das espécies, não era um entusiasta dos automóveis, mesmo porque em sua época carroças e bondes eram os meios de transporte mais comuns. Porém, alguns de seus pensamentos podem explicar a evolução automotiva. Em especial deste comparativo entre o novo Uno e o Mille, que no passado, quando aqui chegou, também chamava-se Uno. Avaliamos as opções Vivace (R$ 27.590) e Mille Fire Economy (R$ 25.590).

Quando lançado, em 1984, o hatch compacto foi sucesso de crítica. "O surgimento do Uno foi impactante. O 147 havia aberto o caminho da introdução de tecnologia em veículos pequenos, sedimentado qualidade, e o Uno era um brilhante projeto do Giorgetto Giugiaro - substituto do 147 - , fazendo tudo melhor", lembra Roberto Nasser, curador do Museu do Automóvel de Brasília (DF).

Agora, o novo Uno - completamente renovado - volta a ser exaltado pelos especialistas e aficionados por carros.

A primeira grande evolução está no design. As formas quadradas e ultrapassadas da década de 1980, e que durante mais de 20 anos vem sofrendo só leves mudanças, ficaram arredondadas e modernas.

A grade do radiador é maior e mais baixa. O conjunto óptico agora é esbugalhado e o parachoque uma peça única até o capô. As caixas de rodas têm vincus marcantes e grandes (robustez), assim como o rodapé das portas. Os espelhos retrovisores externos são maiores e a traseira inovou. As lanternas, baixas no Mille, migraram para cima, na coluna ‘C'.

Internamente, a evolução é nítida. Os materiais simplórios e de encaixes ruins foram trocados por plásticos mais agradáveis ao toque. É preciso ressaltar, porém, que algumas peças têm rebarbas.

Algumas das inúmeras novidades agregaram simpatia ao novo Uno - característica que o Mille perdeu com o passar do tempo. O painel de instrumentos, por exemplo, é inspirado no simpaticíssimo Fiat 500, que, assim como o Uno, sofreu recente modernização e caiu nas graças do povo - pena que por aqui seja tão caro!

Em termos de segurança, o salto de qualidade também foi grande. Diferentemente do Mille, o Uno pode ser equipado com air bag duplo e freios ABS.

O espaço, no entanto, evoluiu pouco. O novo Uno é 8 cm maior que o velho. A distância entre os eixos, no entanto, cresceu apenas 1 cm. A grande alteração em termos de medidas foi a largura, 9 cm superior. Os grandalhões continuam sofrendo no banco traseiro. Já o porta-malas teve sua capacidade reduzida em dez litros.

Por fim, a evolução chegou ao desempenho. Mas antes dos detalhes, uma consideração: o Mille - ou velho Uno, como preferirem - tem rendimento agradável e melhor do que alguns da concorrência. Mas o motor Fire 1.0 Evo Flex garantiu maior torque e potência ao novo Uno, tornando o Fiat mais ágil - mesmo que a velocidade máxima seja igual ao do anterior (153 km/h).

Resumindo, o Uno evoluiu. Assim como em 1984 ele representou um salto de qualidade ao ocupar o lugar do 147, o hatch chega para fazer barulho. Carismático já é. Agora só falta provar que é bom de vendas - e parece que é! Ao Mille resta apenas o título de veículo mais barato do País.




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