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Malan chega aos EUA e admite pedir adiantamento
Do Diário do Grande ABC
16/01/1999 | 17:03
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O ministro da Fazenda, Pedro Malan, admitiu a possibilidade de negociar, nos contatos que terá com dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), a antecipaçao de mais uma tranche do empréstimo do Fundo ao Brasil. Segundo Malan, a liberaçao desta segunda parcela está condicionada ao cumprimento das metas de desempenho definidas para o ano passado que, de acordo com ele, foram cumpridas pelo país.

Malan chegou neste sábado a Washington acompanhado do presidente interino do Banco Central, Francisco Lopes, e do secretário de Política Econômica, Amaury Bier, para pedir o apoio dos organismos financeiros internacionais à mudança da política cambial brasileira, adotada na última sexta-feira.

O secretário Amaury Bier, que fechou a negociaçao com o FMI no ano passado, disse que a antecipaçao desta segunda tranche tem o objetivo de demonstrar que a posiçao de reservas cambiais está reforçada. "Demonstraremos que o país tem maior volume de reservas e bala na agulha", comentou. Disse, também, que a antecipaçao desta parcela mostrará que o País tem o apoio da comunidade financeira internacional. Porém, nao quis definir uma data para a liberaçao dos recursos; apenas lembrou que esta antecipaçao da segunda parcela já poderia ter sido reivindicada pelo governo brasileiro e que o acordo previa a revisao de metas em fevereiro deste ano.

Revisao - Malan confirmou a revisao de algumas metas negociadas com o Fundo Monetário Internacional. Durante conversa com os jornalistas no vôo entre Sao Paulo e Washington, o ministro disse que com a adoçao de mudanças na política cambial alguns parâmetros serao revistos, como a meta definida para o volume de crédito interno líquido e a de déficit nominal, que será alterada devido ao aumento da dívida e do impacto inflacionário da medida sobre as contas públicas.

O ministro da Fazenda descartou, no entanto, que seja necessária uma revisao global do acordo brasileiro. Segundo ele, os números projetados para o superávit primário nao sofrerao revisao porque, aliás, se tratava de uma meta indicativa.

As negociaçoes com os dirigentes Fundo - o vice-diretor gerente do FMI, Stanley Fischer, já se reuniu hoje com Malan logo após sua chegada ao hotel onde ficará hospedado - serao preliminares, segundo o ministro da Fazenda. Ele explicou que, depois desta conversa incial, ficará acertada a vinda de uma missao brasileira a Washington ou de uma missao do Fundo Monetário ao Brasil para acertar as novas metas de desempenho para os próximos trimestres.




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