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Berlim tem dupla face
Da AJB
03/12/2003 | 18:17
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“Berlim é uma cidade de cidades misturadas, Berlim é uma cidade de cidades camufladas...” O início da música Rio 40 Graus, sucesso na voz de Fernanda Abreu, encaixa-se perfeitamente na capital da Alemanha. Duas cidades em uma, entrelaçadas, misturadas, vivendo ao mesmo tempo juntas e separadas.

Quatorze anos após a queda do muro, ele ainda está lá, sobrevivendo aos retalhos por toda Berlim, nas lojas de lembranças, nos camelôs improvisados nas calçadas e nos lugares em que se decidiu deixá-lo preservado para as próximas gerações. O exemplo é o da Igreja Memorial do Kaiser Guilherme, atingida por bombas dos aliados em 1943, mantida como memória ao lado da Capela Nova, de inspiração moderna.

Um contraponto perfeito entre o antes e depois. Esta é uma das qualidades do berlinense: manter arejado o passado. O traçado do muro, por exemplo, segue marcado em toda Berlim, por uma trilha de pedras embutidas no chão. Lembranças que tornam Berlim peculiar e abraçam o turismo. Uma das atrações mais interessantes é o Museu do Checkpoint Charlie, construído no antigo lado ocidental. Lá, a história do muro é contada em fotos, vídeos da queda e reportagens de diversas fugas inusitadas como a de um músico que resgatou sua mulher dentro da caixa de som.   Se você quiser uma visão completa da cidade, suba no ponto mais alto, a Torre de TV. De lá, pode-se contemplar quase toda Berlim. Os diversos canteiros de obra ficam nítidos. A reconstrução da cidade é gigantesca e, não por acaso, uma profissão ascendente é a de planejamento de construção.

Não deixe de visitar o portão de Brandemburgo, criado por Karl Gotthard Langhans. Concebido originalmente para ser um Arco da Paz, acabou protagonizando eventos de conotação bélica. Servia para demarcar o limite ocidental da cidade e, hoje, simboliza a reconciliação entre as Berlins Oriental e Ocidental. Lá encontra-se também um senhor distinto que toca romanticamente seu realejo em troca de algumas moedas.

Ali pertinho fica uma praça com 126 ursos (animal símbolo de Berlim) representando 126 países diferentes. A praça significa a paz e harmonia da Alemanha com o resto do mundo. Cada um dos ursos é pintado por um artista do país. Cuba, África do Sul, Estados Unidos, Bulgária e, claro, Brasil fazem parte desta irmandade. Outra atração imperdível é o parlamento alemão, Reichstag, que tem história tumultuada. Em fevereiro de 1933, os nazistas forjaram um incêndio no local como pretexto para abolir as instituições democráticas da República de Weimar. O atual edifício preserva a estrutura original, mas a parte interna foi reformada para acomodar uma nova câmara parlamentar. Os alemães se orgulham de seu atual parlamento, envolto em vidros transparentes. Um dos passeios mais populares é caminhar pelas rampas internas e ver os políticos trabalhando, evocando transparência dos atos governamentais.

Outra área fundamental é a Ilha dos Museus, na qual se localiza, entre outros, o fantástico Pergamon. Caso disponha de tempo para visitar apenas um museu berlinense, não tenha dúvidas: você deve escolhê-lo. Todos os cantos do mundo antigo estão lá representados. O grande destaque é o altar Pergamon, vindo da Ásia menor. que data de 164 a.C. Não deixe de visitar a Potsdamer Platz, na qual o muro começou a ser construído. Lá existe o pedaço da pedra fundamental, caoticamente grafitado com o símbolo da paz.




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