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Em um mês, cesta básica do Grande ABC encarece R$ 10

Devido ao dólar em alta e ao clima de calor intenso, ovos, alface e banana sobem até 15%

Marina Teodoro
Especial para o Diário
08/04/2016 | 07:03
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Divulgação


Ao ir às compras neste mês, o consumidor do Grande ABC vai perceber um aumento nos preços dos produtos básicos. Comparado com a primeira semana de março, o conjunto de itens de primeira necessidade ficou R$ 10,08 mais caro em abril, e está saindo por R$ 544,05.

Isso é o que aponta pesquisa realizada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), que avalia os custos de 34 produtos em diversos supermercados das seis cidades da região (exceto Rio Grande da Serra).

Entre os alimentos que mais encareceram, os ovos foram os campeões, com 15,65% de aumento. No intervalo de um mês, a dúzia passou de R$ 5,11 para R$ 5,91.

Para o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, essa alta é sazonal. “Geralmente, nesta época do ano, após a Páscoa, há um reajuste no preço dos ovos. Sem contar que a alta do dólar (na casa dos R$ 4) influencia no preço do milho, cotado internacionalmente, que serve de ração para as galinhas e acaba interferindo no valor do produto”, afirma.

A alface também teve alta, de 14,22%, e agora sai por R$ 2,25 o maço. Neste caso, as condições climáticas favoreceram para que as folhas ficassem mais caras. “Muita chuva e calor intenso atrapalham o cultivo. Mas, como a tendência é a de que o tempo fique mais firme, a previsão é a de que o alimento siga mais barato nas próximas semanas”, analisa o engenheiro agrônomo.

MAIS BARATO - O tomate, depois de chegar a quase R$ 9 neste ano, agora apresenta uma queda. Em 30 dias, o fruto ficou 20,63% mais barato. O quilo deixou de custar, em média, R$ 7,67, e já pode ser encontrado por R$ 6,08. “O preço estratosférico assustou muito no início do ano. Por isso é normal que ele abaixe. Mas não deve ser comercializado por menos do que R$ 5 o quilo ainda neste ano”, estima Benedetto.

Outro produto que também teve seu custo reduzido foi o sabão em barra. A queda de 6,51% pode ser explicada pela metodologia utilizada pela Craisa. “Como estamos coletando os valores dos itens mais baratos, às vezes um mercado de bairro contém um produto que não há em uma loja maior, e essa diferença acaba sendo sinalizada no levantamento. O que pode ser um indício, também, de que se o consumidor pesquisar, há como economizar, mesmo em tempos de inflação alta.”


Preços dos alimentos caem de uma semana para outra

Apesar da alta mensal, em sete dias a cesta básica da região não apresentou grandes mudanças. Os produtos ficaram até 0,31% mais baratos, o que pode representar R$ 1,68 de diferença ante a semana passada. O leite continua encarecendo, passando de R$ 2,47 o litro para R$ 2,57, variação de 4,05%. A explicação, segundo o coordenador da pesquisa da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, é a mesma da dada os ovos: o milho é ração das vacas também e, com a alta do dólar, o leite igualmente sobe. O quilo da batata, porém, ficou mais barato. O consumidor que for ao mercado nos próximos dias vai encontrar a raiz por R$ 5,08 – diferença de 5,93%.

Para Benedetto, a tendência é que os preços não apresentem tanta alteração nos próximos dias, já que as condições climáticas deverão ser favoráveis. “A época sem tempestades e calor forte ajuda na colheita do hortifrúti e nos preços de outros alimentos, como a carne”, afirma.
 




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