Economia Titulo FipeZap
Preço médio de apartamentos tem diminuição real na região

Valor do metro quadrado subiu menos do que a inflação no acumulado de 12 meses até março, aponta pesquisa

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
05/04/2016 | 07:02
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


O preço médio dos imóveis residenciais na região continua apresentando queda real, situação que já é observada há pelo menos sete meses, segundo o índice FipeZap. O levantamento, que foi divulgado ontem e é feito em parceria entre a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e o portal Zap Imóveis, revela que o valor do metro quadrado dos apartamentos usados subiu menos do que a inflação nas três cidades do Grande ABC que integram a pesquisa: Santo André, São Bernardo e São Caetano.

Os três municípios registraram em março queda real nos preços nos três períodos de comparação: mensal, trimestral e no acumulado de 12 meses. Segundo especialistas ligados ao setor, a desvalorização é consequência da situação pela qual passa a economia do País. Entretanto, para quem tem uma reserva financeira, este é um bom momento para a compra de imóvel.

São Bernardo foi o município onde o setor imobiliário apresentou pior desempenho. Entre abril de 2015 e o mês passado, o valor do metro quadrado subiu 2,12%, enquanto a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do período é de 9,5%. Isso representa queda real de 6,74%. São Caetano apresentou redução real de 5,38% em 12 meses e, em Santo André, a diminuição foi de 3,62%.

O levantamento, que é feito com base nos anúncios veiculados na internet, mostra que São Caetano tem o maior preço médio do metro quadrado residencial na região: R$ 5.889, seguida por Santo André (R$ 5.220) e São Bernardo (R$ 4.894).

O índice FipeZap Ampliado, que leva em consideração a média de 20 cidades brasileiras, registrou elevação nominal de 0,53% desde abril de 2015, o que significa redução real de 8,1%.

O economista Raone Costa, da Fipe, destaca que a crise no setor, gerada a partir da queda na demanda, está diretamente ligada à recessão na economia brasileira. “Até meados de 2014, quando ainda vivíamos um boom imobiliário, a inflação e os juros eram mais baixos, o desemprego era menor e a renda média da população era maior. Hoje, tudo se inverteu.” Ele afirma que é difícil fazer perspectivas para melhora do mercado, mas assegura que a situação deve permanecer ruim pelos próximos meses.

O empresário Miguel Colicchio, o Guta, proprietário da Colicchio Imóveis, de Santo André, acrescenta que outro fator decisivo para a diminuição na procura por imóveis é a insegurança do comprador, que, diante do noticiário negativo a respeito dos cenários político e econômico do País, teme entrar em dívida a longo prazo. “Enquanto o Brasil não recuperar sua credibilidade, o mercado imobiliário vai continuar nesse marasmo”, lamenta.

Guta elogia as medidas anunciadas no fim de março pela Caixa Econômica Federal, de que o banco voltará a financiar 70% do preço total do imóvel usado. Entretanto, avalia que a modificação na política de financiamento, sozinha, não é capaz de promover a retomada do crescimento do setor. “É preciso que haja plena confiança”, resume.

Mesmo diante da desvalorização atual, ele afirma que o investimento em imóvel ainda é o mais seguro, principalmente em momentos de instabilidade econômica. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;