Em um mundo minimamente perfeito, aqueles que melhor usaram seu tempo para a aperfeiçoamento profissional, com mais conhecimento técnico, acumularam experiência e passaram por postos de destaque em empresas conceituadas deveriam estar mais aptos e largarem em vantagem na hipotética corrida pela recolocação no mercado de trabalho.

Ledo engano. Em tempos difíceis, em que a crise econômica corroi as finanças de pessoas físicas e jurídicas e o pagamento de contas simples assemelha-se a questão de múltipla escolha, já que o capital nem sempre dá para quitar todas as obrigações dentro dos prazos estabelecidos, o reingresso no mercado produtivo torna-se mais complicado para aqueles com preparo diferenciado. E por uma simples questão, custam mais que os que agora estão iniciando carreira e, como tal, pouco exigem dos empregadores.

A questão é tão séria que especialista em RH ouvido por este Diário afirma que os principais “defeitos” das pessoas cujo perfil é nominado como ‘sênior’, acima de 30 anos, são a idade e a experiência.

Nos últimos meses, com o acirramento da recessão e dos problemas políticos que envolvem o governo federal, uma das notícias mais comuns que ocupam as páginas deste periódico é a queda no nível de empregos e as alternativas lançadas por companhias para adiar cortes, entre elas o lay-off, que nada mais é que o afastamento por tempo determinado. O funcionário recebe sem trabalhar e o empresa torce por reação nas vendas, com retomada da produção e, consequentemente, o retorno dos operários à ativa.

O momento é complicado, mas quem está sem trabalho não deve desanimar. Currículo bem elaborado e com características para que se destaque no meio dos demais deve ser providenciado. Redes sociais e meios eletrônicos também precisam ser bem utilizados. O cenário é ruim, mas é necessário ser persistente.