Mais uma vez, terminou sem acordo a reunião entre a direção da General Motors e representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano. As partes negociam medidas para evitar a demissão de aproximadamente 1.000 trabalhadores na fábrica do Grande ABC.

O item que está travando a pauta é a discussão sobre a cláusula que garante estabilidade aos funcionários que foram vítimas de acidente de trabalho ou que possuem doenças ocupacionais. Segundo o sindicato, a GM exige a retirada desse item do acordo coletivo para avançar nas negociações.

Em vídeo veiculado ontem aos funcionários da fábrica, o presidente do sindicato, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, garantiu que os trabalhadores irão abandonar as rodadas de diálogo se a empresa não desistir de revogar a cláusula. Ele cogita, inclusive, deflagrar greve na unidade.

Atualmente, cerca de 1.700 operários da planta de São Caetano estão em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho). O sindicato negocia a prorrogação do afastamento por pelo menos mais oito meses, na esperança de que, nesse período, o mercado de veículos zero-quilômetro apresente alguma recuperação.

Entre os pontos já acordados está a não aplicação de reajuste neste ano, que será substituído por um abono salarial cujo valor ainda não foi definido. Para 2017, o reajuste será corrigido com 70% da inflação acumulada medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e outros 30% serão pagos por meio de abono. A expectativa é de que a correção volte a ser feita regularmente em 2018.