A fusão entre o Grupo Santander Brasil e o Banco Real já mostra seus primeiros resultados. Foram anunciadas, ontem, 400 demissões, em virtude de haver funcionários excedentes no setor administrativo da empresa.

O Grupo Santander do Brasil, procurado pelo Diário, afirmou que não se pronunciará sobre o assunto, mas Rita Berlofa, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, garante que a decisão é precipitada. "Nós temos uma reunião marcada para o dia 22. O Santander está demitindo no meio do processo de negociação", explica. Uma das alternativas propostas pelo sindicato foi a distribuição do excesso de profissionais do setor administrativo pelas agências que, segundo Rita, estão defasadas. "O banco até abriu esse centro de recolocação na internet, mas esse processo leva tempo. Foram 500 inscritos e só temos 50 recolocados."

A principal reclamação do sindicato é o contraste entre as demissões e a realidade das agências, classificada por Rita como "caótica". Ela afirma que o presidente do Grupo Santander, à época da fusão, garantiu que não haveria demissões, uma vez que o projeto é de expansão. "Se tem alguém que tem de ser demitido é algum executivo que está contrariando a posição da maior autoridade da instituição", protesta.

LOCAL
Não houve dispensa de profissionais na região, uma vez que o centro administrativo da instituição financeira fica em São Paulo.

No entanto, Eric Nilson, secretário-geral do Sindicato dos Bancários do ABC, foi surpreendido com o anúncio, uma vez que também aguardava a próxima reunião.

Entre as reivindicações da entidade, estão a estabilidade do emprego de funcionários às vésperas da aposentadoria. A ideia é remunerá-los durante um ano, mesmo que afastados do trabalho. Os sindicalistas também reclamam por um plano de previdência privada de responsabilidade do banco. (Colaborou Vivian Costa)