A notícia de que o Grande ABC registrou aumento de 2,6% nas exportações no primeiro semestre, quando comparado ao mesmo período do ano passado, merece ser analisada em profundidade. Boa parte das vendas internacionais feitas pela região foi à Argentina, que está saindo de período econômico trágico. Especialistas garantem que o reequilíbrio financeiro no país vizinho é fruto direto da posse do empresário Mauricio Macri na Casa Rosada, sede do Executivo argentino.

Como se sabe, o candidato oposicionista venceu as eleições com discurso liberal, abrindo o país ao mercado externo e reduzindo as medidas protecionistas que eram marcas registradas da antecessora, Cristina Kirchner. Ela e o marido, Néstor (1950-2010), revezavam-se no poder desde 2003 e acabaram com os pilares fazendários da nação ao executarem política populista e nacionalista.

É incrível ver a rapidez com que, em economia, injeção de responsabilidade e bom-senso recupera paciente adoentado financeiramente em tempo tão reduzido – exemplo a ser seguido. Em pouco mais de três meses de governo, Macri já fez a Argentina voltar a respirar – para a sorte do Brasil, que tem no mercado externo uma das poucas chances de evitar o naufrágio completo. Que o período de convalescença se encerre em breve e os hermanos possam voltar com voracidade ao mercado, para que ajudem a desovar os estoques de produtos nacionais, especialmente os feitos no Grande ABC.

Enquanto o Brasil não consegue se desvencilhar das crises política e econômica, a única saída parece estar sendo os portos. É uma pena, todavia, que nem todas as indústrias regionais consigam viabilizar vendas ao Exterior. Faz-se necessário que as cidades desenvolvam políticas de estímulo ao comércio internacional. Seria excelente maneira de ajudar o setor produtivo e evitar o desemprego – que demonstra apetite cada vez mais voraz. As administrações municipais precisam assumir responsabilidades para ajudar o País a superar o momento complicado por que passa. Brasília está preocupada com outras coisas.