Economia Titulo Balanço
Exportações crescem 2,6% no 1º bimestre

Por outro lado, importações caíram 41% no
período; balança comercial somou US$ 201,5 mi

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
28/03/2016 | 07:02
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Divulgação


O Grande ABC registrou discreta elevação de 2,62% nas exportações no primeiro bimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. Levantamento feito pelo Diário com base em dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) revela que as vendas das empresas da região para o mercado internacional aumentaram de US$ 640,4 milhões para US$ 657,1 milhões.

A pequena elevação nas exportações foi puxada pelo desempenho de São Bernardo, onde o volume movimentado com esse tipo de transação, principalmente com a venda de automóveis, passou de US$ 417 milhões para US$ 482,6 milhões (alta de 15,73%). A cidade teve o maior peso nas vendas das empresas da região para o Exterior no primeiro bimestre: 73,4% do total. Em Rio Grande da Serra também houve aumento, graças à indústria alimentícia, especialmente de massas, mas sua participação nas exportações do Grande ABC é de apenas 0,0014%. Os demais municípios registraram queda.

As importações apresentaram queda expressiva, de US$ 772,4 milhões para US$ 455,9 milhões, o que representa perda de 40,98%. Todas as cidades da região tiveram diminuição no valor gasto com compras feitas no Exterior.

A balança comercial (resultado da subtração entre o total das exportações pelo das importações) fechou no azul nos dois primeiros meses do ano, com US$ 201,2 milhões. Entre janeiro e fevereiro de 2015, o saldo havia sido negativo em US$ 132 milhões.

O economista Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, comenta que o fato de a balança comercial ter ficado positiva não significa, porém, que a região tem motivos para comemorar. Pelo contrário. “Esse fato é motivado pela retração da atividade econômica. O saldo foi positivo simplesmente porque as importações caíram muito, e não pela subida das exportações.” Ele explica que, com a redução no nível de produção das indústrias brasileiras, cai a demanda por matérias-primas e insumos vindos de outros países.

O professor Sandro Maskio, que coordena o Observatório Econômico da Universidade Metodista, acrescenta que o câmbio também exerce forte influência na queda das importações. No primeiro bimestre de 2015, o dólar comercial oscilava, na média, entre R$ 2,60 e R$ 2,80. No início deste ano, a moeda norte-americana chegou a ser vendida acima de R$ 4. “Portanto, o custo com a importação subiu nesse período.”

Maskio destaca que a possibilidade de as empresas trocarem as fornecedoras de fora por fabricantes do mercado interno pode ajudar a aquecer a economia brasileira. Balistiero, por outro lado, avalia que ainda é cedo para falar em substituição da origem da matéria-prima. “Não consigo, até o momento, enxergar essa troca. Além disso, não foi só o setor produtivo que reduziu a demanda. Também houve queda nas importações de bens de consumo.”

CORRENTE DE COMÉRCIO - A soma entre importações e exportações, que é conhecida como corrente de comércio, teve queda de 21,2% no primeiro bimestre de 2016 na comparação com o mesmo período do ano passado. Em números absolutos, caiu de US$ 1,412 bilhão para US$ 1,113 bilhão – US$ 299,7 milhões a menos em transações comerciais.


Vendas para Argentina, maior cliente da região, sobem 8,75%

As exportações para a Argentina, principal parceira comercial do Grande ABC, subiram 8,75% nos dois primeiros meses de 2016 na comparação com o mesmo período do ano passado. O volume de vendas para o país vizinho passou de US$ 295,7 milhões para US$ 321,5 milhões, o que representa peso de 48,9% do total. Entre os produtos mais enviados aos hermanos estão os automóveis, que, nesse intervalo temporal, registraram aumento de 28,9% na comercialização ao Exterior.

O professor Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista, analisa que o crescimento nas vendas para a Argentina está ligado à recuperação econômica daquele país. Para Ricardo Balistiero, que coordena o curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, também tem peso o fato de a Argentina ter tido troca no governo. Em dezembro, o empresário Mauricio Macri assumiu a presidência no lugar de Cristina Kirchner e prometeu adotar política econômica mais liberal, abrindo o mercado para importações e reduzindo as medidas protecionistas.

O México, que também é grande comprador de veículos fabricados no Grande ABC, igualmente aumentou as transações. As exportações subiram 22,65%, de US$ 50,3 milhões para US$ 61,7 milhões (o equivalente a 9,4% do total). Para Maskio, o maior apetite do México está muito ligado à economia dos Estados Unidos, que está em recuperação. Por esse motivo, é natural o aumento de demanda por produtos brasileiros e, no caso, da região.
 




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