Política Titulo Santo André
Grana vê ‘com naturalidade’ pulverização de apoios na Câmara

Com fim da janela, parlamentares formalizaram saída partidária; para petista, cenário não muda

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
23/03/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Diante das mudanças partidárias de um terço dos vereadores da Câmara de Santo André, o prefeito Carlos Grana (PT) afirmou ontem que “vê com naturalidade e tranquilidade” essa movimentação político-eleitoral às vésperas do pleito de outubro, quando o petista tentará a renovação do mandato. Em análise do cenário, ele avaliou que as alterações provocaram pulverização de apoio ao próximo páreo, sem mexer na governabilidade dentro do Legislativo. “Não enxergo (nessas modificações) elementos que possam desestabilizar a relação entre governo e Câmara. A opção deles (parlamentares) foi por tática eleitoral, natural neste período”, frisou.

Ao ter ciência no gabinete sobre o troca-troca na Casa, Grana fez balanço e entende que “ninguém capitaneou bloco”, referindo-se à adesão a diferentes nomes de pré-candidatos ao Paço. “Não houve rompimento (com o Paço). Vejo como tática para manter reeleição”, disse. O vereador Sargento Juliano foi para o PSB, do ex-prefeito Aidan Ravin. Marcos Pinchiari migrou para o lado de Paulinho Serra (PSDB). Carlos Ferreira saiu do PDT e caminhou à legenda de Raimundo Salles (PPS). Elian Santana deixou a ideia de filiar-se ao PSC – após desligamento do Pros – e decidiu entrar no SD de Ailton Lima, enquanto Evilásio Santana, o Bahia (DEM), permaneceu na sigla de Fabio Picarelli.

O petista classificou o panorama de “extremamente pulverizado”, mas que “não altera o diálogo aberto mantido em três anos e três meses” em que está à frente do Executivo. “Prova disso é que todos vieram falar comigo sobre a saída (de seus respectivos partidos). Não existiu nenhum tipo de constrangimento”, disse Grana, ao relembrar que a única oportunidade na qual se criou grupo no Legislativo foi na eleição pela presidência da Câmara. Em ambos os processos pela mesa diretora, ala arquitetada por vereadores autodeclarados independentes venceu o nome apoiado pelo governo.

Grana contemporizou que os parlamentares que protagonizaram a situação atual de alterações partidárias estiveram em lados opostos ao PT no páreo eleitoral de 2012, quando o chapa petista impediu a reeleição de Aidan. “Ninguém deles me apoiou no primeiro ou no segundo turno naquela ocasião”, sustentou o prefeito. “É natural”, repetiu, acrescentando, na sequência, que cada um definiu rumo, sob diagnóstico do perfil de público. “Estão buscando o que é melhor para eles. Elian, por exemplo, tem eleitorado evangélico. A escolha se deu pelo Ailton, que também representa o segmento. Pinchiari representa a classe média, o que o aproxima (da pré-candidatura) do Paulinho”, pontuou.

O chefe do Executivo tem maioria na Casa. Os vereadores que se filiaram a partidos de rivais no pleito ponderam que ‘adesão a bons projetos’ continua em plenário. “Cumpri com as emendas (parlamentares), apesar das dificuldades financeiras”, adicionou.  




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