Aristide também afirmou que não prevê a possibilidade de reduzir seu tempo na presidência, destacando que vai deixar o poder em "7 de fevereiro de 2006", exatamente quando termina o mandato.

O presidente haitiano disse que deseja que "a oposição detenha as ações terroristas, pois o diálogo é essencial". "Houve 32 golpes de Estado no Haiti em 200 anos de independência, mas agora devemos passar de uma eleição democrática para outra eleição democrática". "As eleições são indispensáveis a todo país democrático. A violência não salvará o Haiti".

Aristide citou fundamentalmente a situação em Gonaives, a principal cidade da região noroeste, que desde a quinta-feira passada está sob o controle dos rebelde da Frente de Resistência Revolucionária Artibonite (FRRA).

"Em Gonaives, temos um pequeno grupo de bandidos, de terroristas ligados à oposição", disse Aristide ao condenar "suas ações terroristas". A FRRA exige a renúncia do presidente haitiano.

Consultado sobre as medidas que o governo pretende tomar em Gonaives, Aristide disse "preferir ir lentamente porque a população sofre" naquela cidade.

Muitas cidades haitianas estão a beira da revolta armada e pelo menos cinco pessoas morreram nesta quarta-feira em Saint-Marc, ao norte da capital, aumentando para 47 o número de mortos nos últimos seis dias.

Posição americana - O secretário de Estado americano, Colin Powell, afirmou nesta quinta-feira que os Estados Unidos não consideram uma "mudança de regime" no Haiti, mas admitiu que está decepcionado com o presidente Jean Bertrand Aristide.

"A política do governo não é uma mudança de regime. O presidente Aristide é o presidente eleito do Haiti", disse Powell ao comitê de assuntos externos do senado.

No entanto, Powell se declarou "decepcionado" com os esforços de Aristide para construir uma "democracia estável".