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Alimentos têm maior
alta dos últimos 8 anos
Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
09/12/2010 | 07:17
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Desta vez os alimentos atingiram em cheio o bolso do consumidor. As famílias de menor renda, que gastam boa parte do orçamento para comer, foram prejudicadas com a inflação das comidas e bebidas de 2,22% em novembro. Esta foi a maior alta de preços, em único mês, para esses produtos em quase oito anos. Em dezembro de 2002, o avanço dos valores chegou a 3,91%.

Os dados fazem parte do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que variou 0,83% no mês passado, superando as expectativas dos economistas do mercado financeiro. As apostas eram para 0,77%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. Somente os alimentos e bebidas contribuíram com 0,51 ponto percentual no indicador, ou seja, 61% do índice.

O IPCA aponta como se comportam os preços para as famílias brasileiras com renda entre um e 40 salários-mínimos. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é responsável pelo levantamento.

De acordo com a coordenadora da pesquisa do IPCA, Eulina Nunes, no ano, os alimentos e bebidas acumulam quase 9% de inflação. Portanto quem pagava R$ 200 por um carrinho no mercado com esses produtos no primeiro dia do ano, hoje gasta em média R$ 218. Depois de três meses consecutivos de queda nos preços, novembro foi o terceiro mês seguido de expansão nos alimentos. Em setembro e outubro os resultados foram, respectivamente, 1,08% e 1,89%.

CARNES - Eulina destacou que as carnes são os alimentos que levam maior parte do orçamento das famílias. "Este item aumentou cerca de 11% só em novembro", afirmou a pesquisadora.

Para alguns consumidores a solução é a substituição do produto por peixe e frango, geralmente mais baratos. Porém, alguns não conseguem escapar da inflação e acabam pagando mais caro. "Minha mãe adora baby beef. Então mesmo com o preço subindo bastante nos últimos dias, eu tenho que comprar", disse a atendente Fabiana Ricciardi.

Conforme o Diário apurou, os donos de açougues da região repassam os preços que já vêm inflacionados dos frigoríficos. E para continuar ofertando carnes nobres aos clientes, alguns buscam alternativas, como comprar os produtos de açougues no Interior, onde os valores estão mais baixos pelo menor poder de compra dos moradores.

 

Habitação e vestuário contribuem com a expansão do indicador

Além dos alimentos e bebidas, a alta do IPCA de 0,83% contou com a contribuição relevante de mais três grupos: habitação (+ 0,57%), vestuário (+ 1,25%) e despesas pessoais (+ 0,74%). Cada um representou 0,08 ponto percentual no avanço da inflação de novembro.

Logo atrás aparecem os grupos saúde e cuidados pessoais (+0,36%), transporte (+0,13%) e comunicação (+0,42%). Eles, respectivamente, contribuíram com 0,04, 0,02 e 0,02 ponto percentual no IPCA.

A coordenadora da pesquisa do IPCA, Eulina Nunes, destacou que os serviços também tiveram destaque em novembro. "Principalmente a alta do empregado doméstico, que vem subindo há algum tempo", pontuou. A maior expansão neste setor foi a depilação, com 7,6%.




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