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Metalúrgicos denunciam condições precárias
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
11/02/2011 | 07:33
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Tiago Silva/DGABC


 

Os trabalhadores da Arteb - que começou a funcionar há cerca de três meses - reclamam das condições de trabalho precárias os trabalhadores da unidade, que fica em Diadema e produz lanternas e faróis.

Em denúncia ao Diário, metalúrgicos anônimos listaram uma série de problemas que enfrentam no dia a dia. Entre os apontamentos, expediente que supera oito horas diárias, trabalhos nos fins de semana e falta de atendimento médico adequado.

Outro argumento é do que a Arteb não dispõe de uma Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). O texto frisa que a mão de obra não conta com PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

E a lista prossegue. Há alegação de que existe apenas um ponto eletrônico para controle de frequência dos 200 funcionários. Além disso, revelam existir buracos na cozinha do restaurante do local, que podem causar acidentes com funcionários. Também ressaltam que a entrega de uniformes está atrasada.

A equipe do Diário visitou ontem a indústria. Trabalhadores que saíam da fábrica confirmaram as condições de trabalho inadequadas. Também destacaram que os problemas são mais recorrentes no setor de produção da indústria.

Um dos trabalhadores abordados exemplificou deficiências no atendimento médico. Ele contou que um dos metalúrgicos do setor de ferramentaria passou mal durante o expediente. A médica que o examinou estava sem equipamentos para o procedimento.

"Se o atendimento demorasse mais um pouco, ele faleceria. Quando chegou ao hospital, disseram que ele tinha sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral)." O metalúrgico disse que os médicos disponíveis são insuficientes para atender à demanda da Arteb.

Por meio de nota, a regional de Diadema do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirmou que foi procurada pelos trabalhadores, que revelaram insatisfação com saúde, segurança e precariedade no ambiente de trabalho na empresa.

Como resposta, o sindicato afirma que "elaborou uma ampla pauta" para discutir o tema com diretores da firma. No encontro, ocorrido na tarde de ontem, foi exigido da Arteb providências quanto a todos os itens apresentados. Na contrapartida, a indústria se comprometeu a atender a pauta e cumprir as exigências "de forma gradativa". Mas não há prazos para bater essa meta.

A entidade representativa também frisou que irá acompanhar, junto aos metalúrgicos, o cumprimento das reivindicações. "E (irá) tomar as providências e ações necessárias caso não seja cumprida."

O sindicato sustenta que, em razão de o período curto de funcionamento da Arteb, ainda não existe um CSE (Comitê Sindical de Empresas) operando. "O que não impede o trabalho do sindicato em favor dos trabalhadores", diz a nota, encerrando de forma que espera que os problemas sejam resolvidos.

A Arteb foi contatada pelo Diário na quarta-feira. Contudo, até o fechamento desta edição, não recebeu retorno da empresa sobre as denúncias.

 

 

Colaborou Tauana Marin




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