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Lula critica a classe política do Brasil
Do Diário OnLine
Com Agência Brasil
24/08/2007 | 22:08
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira, em Porto Alegre (RS), a classe política brasileira que, segundo ele, historicamente nunca gostou de investir em saneamento básico. “Investimentos neste setor nunca deram voto”, assinalou, para reafirmar que esta é uma das prioridades de seu governo, uma vez que, ao se investir em saneamento básico, é possível economizar em Saúde.

Para esses investimentos, o presidente destacou a importância de União, estados e municípios manterem as parcerias. “No Brasil, o problema hoje não é dinheiro. Porque num orçamento de R$ 500 bilhões, R$ 30 milhões, R$ 40 milhões se arruma. O problema é que às vezes você quer arrumar e não tem projeto. Quando tem projeto, não tem licença prévia. Quando tem licença prévia, o Tribunal de Contas cria um embaraço. Ou seja, é um verdadeiro inferno para fazer as coisas acontecerem neste país. Por isso é que nós resolvemos trabalhar de forma integrada”, assinalou.

Lula lembrou ainda que, ao liberar os recursos referentes ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o governo não deu prioridade aos municípios governados por políticos de seu partido. “Não interessa se o prefeito é do PT, do PV, do PDT, do PMDB, do PSDB. A nós interessa que o povo é brasileiro e se a cidade tem necessidades, nós não vamos olhar a cara dos prefeitos”, disse.

Os recursos do PAC para obras de saneamento básico e urbanização no Rio Grande do Sul vão beneficiar 3,2 milhões de pessoas em 39 municípios. O Estado contará com R$ 1,67 bilhão, dos quais R$ 1,41 bilhão são investimentos do governo federal. As contrapartidas do Estado e dos municípios são de R$ 75,5 milhões e R$ 177,9 milhões, respectivamente.

Na região metropolitana de Porto Alegre, a prioridade será para obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário, com despoluição das bacias dos rios Sinos e Gravataí; ampliação do sistema de abastecimento de água e a urbanização de favelas com remoção de moradias localizadas em áreas de risco.

O presidente disse que investimentos no Rio Grande do Sul são necessários. “Esse aqui é um Estado que não adianta qualquer cidadão achar que um dia eu vou brigar com o Rio Grande do Sul. Eu sou grato profundamente a tudo que eu vivi e a tudo que eu aprendi nesse estado. Eu acho que esse Estado merece uma atenção especial”.

Getúlio Vargas – No discurso, Lula lembrou que nesta sexta-feira completam 53 anos da morte do ex-presidente Getúlio Vargas, que consolidou as leis trabalhistas no país. “Muitas das coisas que permitiram que nós fôssemos o que nós somos, devemos ao Getúlio Vargas”.

O presidente afirmou ainda que no país, proporcionalmente, foi feito muito menos após o governo de Getúlio Vargas, do que naquela época. “Ele fez tanta coisa que nós temos até o direito de discordar. Agora, tivemos tantos presidentes que não fizeram nada que a gente nem lembra que eles foram presidentes da República”.

Boa situação –
O presidente ainda voltou a afirmar que o Brasil está numa situação sólida, mas que ainda tem muito a se fazer. “Obviamente que estamos preocupados. Nada de achar que o jogo está totalmente resolvido. Temos muita coisa para fazer no país, mas o dado concreto é que nunca tivemos uma situação privilegiada como estamos tendo agora”.

O presidente reconheceu que o país já teve fases maiores de crescimento, mas com inflação maior. “É verdade que Brasil já cresceu mais do ponto de vista do PIB (Produto interno Bruto), mas a renda per capita e o ganho do trabalhador não era maior. Hoje nós estamos numa situação que a inflação está controlada”.

Lula afirmou também que o momento positivo vivido hoje no Brasil não é mérito apenas do governo. “Isso é mérito de um momento da sociedade brasileira. E agora não podemos retroceder. Precisamos melhorar. Esse país passou 26 anos crescendo muito pouco. Nós vamos crescer 5% e vamos crescer mais. E vamos crescer porque tem crédito, porque o juro baixou, e vai baixar mais ainda. Mas não vai baixar por decreto presidencial. Vai baixar na medida em que a gente vai criando as condições para baixar”.



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