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Governador do RS defende suspensao de pagamento da dívida externa
Do Diário do Grande ABC
22/08/2000 | 15:10
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``O Governo Federal está de joelhos perante o FMI e de costas para o povo brasileiro', acusou nesta terça o Governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), ao defender a suspensao do pagamento da dívida externa e sua revisao através de uma auditoria. As duas medidas significarao ``a afirmaçao da dignidade do povo brasileiro e o resgate de sua soberania'.

As manifestaçoes foram feitas ao presidir o ato de lançamento no RS, pelo PT gaúcho, da mobilizaçao para o plebiscito nacional, a ser desenvolvido de dois a sete de setembro e que visa uma pressao popular para a suspensao do pagamento da dívida externa.

Também ficou definido orientar os quase 400 candidatos petistas a Prefeito e Vereador no Estado para que incluam nas suas propagandas eleitorais gratuitas, pelo rádio e televisao, a questao da suspensao do pagamento da dívida externa, ajudando também na federalizaçao das eleiçoes municipais no Estado.

Olívio acrescentou que ``o dono do Brasil nao é o FMI mas o povo brasileiro'. Na prática, afora a discussao sobre a dívida externa, esta campanha e o plebiscito significarao a tentativa de retomada do pacto federativo com a Uniao, através da renegociaçao das dívidas dos Estados e Municípios com a Uniao. No caso gaúcho, será tentar alterar a atual dívida interna da administraçao direta de R$ 14 bilhoes e R$ 884 bilhoes. Isso é necessário, segundo Olívio, porque legal e constitucionalmente a Uniao tem o direito de bloquear recursos e até sacar da conta do Estado, caso eventualmente houvesse a suspensao dos pagamentos, tornando inútil esta iniciativa, sem a alteraçao global das dívidas com a Uniao.

No caso da dívida externa gaúcha, de R$ 627 milhoes, Olívio garantiu a manutençao normal dos pagamentos por se tratar de financiamentos internacionais de obras e investimentos em qualificaçao do funcionalismo, saneamento, entre outras, necessárias ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

Na cerimônia o atual prefeito Raul Pont advertiu que sem se alterar a dívida externa brasileira ``nao há possibilidade de romper o subdesenvolvimento do país'. O ex-Prefeito e candidato novamente ao cargo, Tarso Genro, frisou que o plebiscito de setembro é um ato cívico, sem o qual o Brasil ``nao terá resgatado enquanto país soberano, capaz de aprofundar a democracia, realizar a justiça social e construir instituiçoes em direçao à igualdade'.

No fim do ato, Olívio e os principais líderes petistas, simbolicamente, depositaram numa urna seus votos pela suspensao do pagamento da dívida externa brasileira.




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