De acordo com o sub-diretor-geral do Fundo e ex-ministro das Finanças do Chile, Eduardo Aninat Ureta, um trabalho técnico sobre a dimensao do problema, comparado ao sistema bancário formal, que os ministros reunidos em Cancún encomendaram à instituiçao, estabelecerá os critérios que serao usados, no futuro, no acompanhamento de quatro dimensoes da corrupçao financeira nas economias: a quantidade dos fluxos de recursos de cada país que passam por empresas "off-shore"; o impacto e a magnitude da lavagem de dinheiro; o impacto e a magnitude da corrupçao financeira e bancária; e a evasao de impostos num país por empresas que se utilizam dos benefícios oferecidos pelas legislaçao de países que atraem recursos operando como "paraísos fiscais".
A novidade, segundo Aninat, é que os ministros "pediram ao FMI que entre nesses novos temas com uma visao de longo prazo, e com recursos e staff para começar a criar um sistema de ordem, supervisao e controle desses fluxos perniciosos". Essa nova tarefa, que precisa ainda ser aprovada pela diretoria executiva do FMI, será levada a cabo durante as consultas anuais com os países, acrescentou ele.
Segundo fontes americanas, durante a reuniao dos ministros, na quinta-feira, o representante de Barbados deixou a sala, em sinal de protesto, quando o secretário do Tesouro, Lawrence Summers, começou a falar do problema que os paraísos fiscais representam para o combate à corrupçao financeira. "Esse é um tema delicado", reconheceu nesta sexta-feira Aninat. Ele disse que "alguns poucos países caribenhos demonstraram preocupaçao, mas eu a tomaria no sentido positivo, de exigir dos países que se opoem (aos paraísos fiscais) que clarifiquem os conceitos que serao usados para medir o problema". Para o sub-siretor-geral do FMI, "é preciso esclarecer até que ponto os países se distanciam de um padrao internacional de tributaçao aceitável e até que ponto têm direito de fazer sistemas tributários mais liberais, mais abertos e mais favoráveis aos investidores estrangeiros ou locais".
Na reuniao de Cancún, os governos da América do Sul criaram um grupo de trabalho para coordenar suas legislaçoes e açoes de modo a permitir um combate mais efetivo contra a lavagem de dinheiro e outras formas de corrupçao financeira, que a integraçao econômica e as comunicaçoes instantâneas tornaram mais fáceis.
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