O departamento de transporte dos Estados Unidos analisou dezenas de dados gravados de carros da Toyota Motor envolvidos em acidentes supostamente causados por uma aceleração repentina e descobriu que, no momento da colisão, as válvulas que regulam o fluxo de combustível para o motor estavam abertas e os freios não estavam pressionados, afirmaram ao Wall Street Journal pessoas ligadas à análise.

Os resultados sugerem que alguns motoristas que afirmaram que seus automóveis da Toyota e da Lexus aceleraram involuntariamente estavam pressionando por engano o acelerador, quando queriam apertar os freios.

Porém, essas descobertas não eximem a Toyota de dois problemas que teriam causado a aceleração repentina em seus veículos: pedais de aceleração "grudentos" e tapetes que podem prender os pedais ao chão, causando aceleração involuntária.

As descobertas da Agência Nacional de Segurança no Tráfego em Rodovias dos Estados Unidos (NHTSA, na sigla em inglês) envolvem uma amostra de casos nos quais os motoristas de veículos da Toyota disseram que os freios foram pressionados, mas não conseguiram interromper a aceleração e a posterior colisão.

Os dados analisados foram selecionados pela NHTSA, e não pela Toyota, com base nas queixas que os motoristas registraram no governo.

Os resultados das análises feitas pela própria Toyota, não divulgados pela NHTSA, corroboram a posição da montadora de que os casos de aceleração repentina envolvendo seus veículos não foram causados por falhas eletrônicas nos sistemas de válvulas controlados por computador.

Mais de cem pessoas processaram a Toyota alegando que as colisões foram causadas por defeitos eletrônicos. A NHTSA já recebeu mais de 3.000 reclamações de aceleração repentina em carros da Toyota, inclusive algumas que datam do começo da década passada, de acordo com relatório que a NHTSA compilou em março. Os incidentes incluem 75 colisões envolvendo 93 mortes.

A Toyota já realizou o recall de mais de 8 milhões de veículos em todo o mundo.