Diarinho Titulo Meio ambiente
A sacolinha mudou

Os supermercados paulistas deixaram de fornecer a
sacolinha gratuitamente; será que ela é a vilã da história?

Caroline Ropero
Especial para o Diário
12/02/2012 | 07:00
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A sacolinha plástica serve para recolher lixo, carregar compras, ser usada como luva para pegar o cocô de cachorro, entre outras coisas do dia a dia. Parece até impossível viver sem ela. Entretanto, os paulistas terão de utilizá-la cada vez menos. Desde 25 de janeiro os supermercados do Estado deixaram de fornecê-la gratuitamente.

A medida tem causado polêmica. Quem é favorável ao fim explica que a diminuição do consumo ajudará o meio ambiente. Isso porque a sacolinha polui e causa a morte de animais quando é descartada pelo homem de forma errada, problema que, aliás, acontece com muita frequência.

Ao cair nos rios e oceanos podem sufocar baleias, golfinhos, peixes, tartarugas-marinhas e aves que confundem o plástico com alimento. Em 2002, uma baleia-anã foi encontrada morta no litoral da Normandia, na França, com cerca de 800 kg de sacos plásticos no estômago.

Há ainda os danos nos centros urbanos. "Quando para no bueiro, entope e provoca enchente", diz Yasmin Cazzuni, 10 anos, de Diadema. A menina aprendeu na escola a importância de não poluir. "Jogar lixo no lugar errado deixa o planeta sujo." Como é feita de material resistente, a sacolinha demora mais de 100 anos para ser decomposta.

CONTRA -

Muitos consumidores são contra o fim da distribuição. Acreditam que os supermercados serão beneficiados financeiramente, pois vão economizar com a compra de embalagens e ganharão dinheiro com a venda de sacolas reutilizáveis, por exemplo. Além disso, os fabricantes de sacolas plásticas já enfrentam queda na produção e, por isso, demitem funcionários. Por enquanto, feiras, lojas e mercados menores ainda oferecem os saquinhos.

De fato, acabar com as sacolinhas não resolverá todos os problemas ambientais. De nada adiantará essa medida se a humanidade continuar a jogar resíduos em qualquer lugar. Para proteger o planeta, são necessárias mais iniciativas. Cada um tem de fazer sua parte.

Saiba mais

No passado, os consumidores levavam as compras em sacos de papel. Ao longo do tempo, o plástico substituiu várias matérias-primas, como a madeira. Hoje, grande parte desses produtos - móveis, utensílios domésticos, peças de automóveis, equipamentos médicos, entre outros - é feita desse material.

Com a nova medida, o Grande ABC deixará de usar 1,8 bilhão de sacolinhas, equivalente a 6.730 toneladas de sacos por ano. Em todo o Estado de São Paulo, a população utiliza 29 bilhões delas e 136 bilhões no Brasil.

Taiwan, Irlanda e Itália não distribuem sacolinha plástica gratuitamente. Já a China proibiu uso, produção e distribuição até mesmo do plástico usado para embalar frutas e verduras em 2008. A Índia fez o mesmo. Em Portugal foi imposta lei que obriga redução em 90% do fornecimento do material até 2016.

Consultoria de Murilo Andrade Valle, coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Fundação Santo André, Derval dos Santos Rosa, professor de Engenharia de Matérias da UFABC, e Mirna Folco, coordenadora de capacitação comunitária do Instituto Akatu




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