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O futuro chega a 200 km/h
Wagner Oliveira
Enviado ao Rio de Janeiro
02/06/2010 | 07:00
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Foi só uma volta curta em um dos pavilhões do Riocentro, mas deu para sentir o que o futuro nos reserva em termos de carro totalmente elétrico. O conceito Audi e-tron é arrojado, bonito, potente e silencioso. Desenvolvido ao custo de US$ 5 milhões, o protótipo é promessa de um futuro limpo e sustentável.

O e-tron é uma das atrações do Michelin Challenge Bibendum - evento que está reunindo desde domingo até hoje no Rio de Janeiro técnicos, autoridades e jornalistas do mundo inteiro interessados em um novo estágio da mobilidade, em que os veículos vão agredir menos o planeta no que diz respeito a emissões de poluentes.

O que há de mais avançado em termos de energia alternativa em veículos elétricos, híbridos, movidos a hidrogênio líquido e até mesmo a etanol são apresentados no Challenge Bibendum, patrocinado pelas grandes marcas da indústria automobilística global anualmente em alguma capital do mundo.

PERTO DA REALIDADE - O e-tron é uma das alternativas que mais rapidamente devem virar realidade nas ruas de todo o planeta. Quatro motores elétricos instalados nas rodas geram 313 cavalos de potência e 458,8 mkgf de torque. Sua força foi inspirada no esportivo R8, com o qual o conceito é muito parecido - embora menor, já que não precisa do enorme compartimento traseiro para o tradicional propulsor a combustão.

A velocidade é limitada eletronicamente em 200 km/h. Na curta pista do Riocentro deu para sentir a sua força. Segundo medições da Audi, o elétrico consegue ir da imobilidade aos 100 km/h em apenas 4,8 segundos.

A energia elétrica que alimenta o conjunto de propulsores vem de baterias de íons de lítio instaladas debaixo dos bancos. Segundo técnicos que vieram da Alemanha para o Rio de Janeiro, o peso das baterias mantém o baixo centro de gravidade e estabilidade similar ao do superesportivo R8 convencional.

A primeira sensação é de que o volante é pesado, mas estável. A aceleração é fácil, assim como o acesso aos comandos. Para ligá-lo, é preciso pisar no freio. Assim, sobe no console central uma pequena alavanca, onde digitalmente é acionado o modo drive na caixa automática. Pronto. É só acelerar que a cavalaria responde com rapidez impressionante para um protótipo - tratado como um bebê pelos técnicos alemães da Audi.

O interior do e-tron é limpo e impressionantemente moderno. Ao ligar o veículo, sobe ao fundo do volante uma pequena tela de cristal líquido em que o motorista recebe uma série de informações e imagens sobre o funcionamento do propulsor ou da rota que está fazendo, por exemplo. De cada lado dessa tela há dois mostradores - contagiros e velocímetro.

Seguindo a tendência dos carros em linha da Audi, o painel é envolvente e encaixa com o acabamento das portas. Não há retrovisores interno ou externos. Câmeras instaladas no fundo do carro e nas laterais projetam as imagens em telas instaladas nas portas e no teto.

A grade do radiador também é uma ilusão - já que não há motor para refrigerar. Ela só está ali para manter a identidade da marca. Contornada com lâmpadas de LEDs, que dão efeito impressionante quando acesas.

Os faróis de xenon e as lanternas também acabam dando um efeito deslumbrante ao design que torna a Audi referência quando se trata de esportividade em veículos premium.

A expectativa é de que o e-tron entre na linha de produção a partir de 2012. Se ele vai vir da mesma forma como atualmente é o prótotipo nem os engenheiros da Audi sabem ou querem revelar.

Ao dirigi-lo temos a certeza de que a tecnologia já está quase pronta para mudar a forma como vemos e ouvimos o mundo atualmente. E essa maneira parece ser mais interessante, silenciosa e maravilhosa, assim como se condicionou chamar a cidade que a Michelin escolheu como sede para seu grandioso evento em 2010.




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