O ex-deputado federal Talvane Albuquerque vai sentar no banco dos réus para ser julgado pela autoria intelectual da chacina em que foram vítimas a deputada federal Ceci Cunha (PSDB), o marido dela, Juvenal Cunha, o cunhado da deputada, Iran Carlos Maranhao, e a mae dele, Itala Neide Maranhao Pureza. A chacina aconteceu no dia 16 de dezembro de 1998.

O juiz Daniel Accioly, da 1ª Vara Criminal especial, determinou nesta quinta-feira que Talvane vá a júri popular pelos quatro homicídios. Se for condenado pelos quatro crimes, o ex-deputado pode pegar mais de 30 anos de prisao.

O advogado de Talvane, Aimberê Arruda, disse que só vai se pronunciar na próxima semana. "Nao posso adiantar se vou ou nao recorrer da sentença porque nao tomei conhecimento da pronúncia", afirmou Arruda, acrescentando que seu cliente ficou "preocupado".

Segundo o juiz Accioly, se a defesa do ex-deputado nao recorrer da sentença, Talvane pode ser submetido ao júri popular no próximo mês - um ano e meio depois da chacina. Por enquanto, o ex-deputado encontra-se em liberdade. Para sair do país, contudo, precisa de autorizaçao do juiz.

O processo contra os seis acusados da autoria material (cinco deles assessores de Talvane) tramita em separado. Os acusados sao Mendonça de Medeiros, Jadielson Barbosa, Alécio Alves, José Alexandre dos Santos, Winner Lopes (assessores do ex-deputado) e Mauricio Guedes ( conhecido como " Chapéu de Couro"). Todos estao presos, exceto Winner Lopes, que era chefe de gabinete de Talvane, na Câmara.

Nesta sexta a defesa teve acesso aos autos e deve apresentar as alegaçoes finais no prazo de cinco dias. O promotor Marcio Roberto Tenório de Albuquerque pediu a condenaçao de todos, a exceçao de Winner Lopes cuja pena por co-autoria já prescreveu. Os outros acusados continuam presos no presídio Baldomero Cavalcanti, onde Talvane ficou preso por quase um ano.