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Derrotado defende outra eleição para a Ouvidoria Municipal em Santo André
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
13/03/2010 | 08:25
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Enquanto o líder do governo na Câmara, José de Araújo (PMDB), tenta convencer os colegas do Legislativo a se posicionarem favoráveis à extinção da Ouvidoria Municipal, o advogado Manoel Luiz Corrêa Leite, derrotado por Saul Gelman na eleição para comandar o órgão, mostra novamente o seu descontentamento com o pleito de janeiro. "O processo eleitoral precisa ser mais democrático", analisa, ao cobrar novas eleições.

Assim como Araújo, Corrêa Leite aponta irregularidades na eleição de Saul Gelman. "A empresa que ele dirige possui contratos com a Prefeitura. Então, para se tornar elegível na Ouvidoria, deveria se desligar da empresa dez dias antes das eleições, o que não foi feito."

O advogado faz referência aos imóveis onde estão instalados a Junta de Alistamento Militar e o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), ambos à Rua Cesário Mota, que teriam sido locados por Saul Gelman à Prefeitura. "Isso está provado. Fui ao cartório de imóveis e ficou constatada a irregularidade", garante. Como consequência à eleição de Saul Gelman, Corrêa Leite entrou na Justiça para anular a eleição. O mandado de segurança, no entanto, ainda não foi julgado.

Representante do Instituto Triângulo de Desenvolvimento Sustentável no pleito que elegeu o ouvidor, Corrêa Leite ainda cobra reformulação no sistema de escolha do representante máximo do órgão. E embasa a sua tese pela dimensão de Santo André. "O colegiado da Ouvidoria não pode ser formado por apenas 17 segmentos da sociedade. Temos uma população de quase 700 mil habitantes", compara. No pleito de janeiro apenas 11 entidades estiveram aptas a votar e Gelman (representante da Associação Religiosa Israelita) venceu o concorrente no segundo turno: 7 a 4.

EXTINÇÃO - Sobre a possibilidade de extinção da Ouvidoria Municipal após indicação encaminhada pelos vereadores José de Araújo e Sargento Juliano (PMDB) ao prefeito Aidan Ravin (PTB), tanto Manoel Corrêa Leite quanto José Luiz Cestari (que concorreu às eleições como representante da Associação de Despachantes e Proprietários de Autoescolas) mostram-se contrários.

"A Ouvidoria é uma exigência da sociedade. Está presente em todos os países desenvolvidos. Extingui-la seria caminhar para trás", opina Correa Leite. "Ela representa o avanço do controle social e da administração pública", avalia Cestari, ao ressaltar, contudo, que o modelo atual da Ouvidoria de Santo André precisar ser reestruturado.




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