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Gasto da classe C com alimentos avança
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
10/03/2011 | 07:18
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Com o dinheiro mudando de mãos no País, dando à classe C maior poder de consumo, os gastos com alimentos e bebidas nesse estrato social avançaram 372% nos últimos oito anos, de R$ 40 bilhões para R$ 189 bilhões no ano passado, aponta a consultoria Data Popular.

A melhora na renda das famílias que recebem entre três e dez salários-mínimos (R$ 1.635 a R$ 5.450) proporcionou mais refeições fora de casa e a compra de bebidas como refrigerantes e sucos, por exemplo.

"O aumento do emprego formal, massa salarial e programas de transferência de renda fizeram as famílias dar um passo a mais no consumo desses itens. Especialmente aquelas que estavam nas classes D e E", diz o consultor do Data Popular, João Paulo Cunha.

DESTAQUE - Parte do volume de gastos da chamada nova classe média migrou para as regiões Norte e Nordeste do País, que registraram maior avanço proporcional nas despesas com alimentos e bebidas. Entre 2002 e 2010, os gastos no Norte saltaram 636,53%, de R$ 1,678 bilhão para R$ 12,359 bilhões.

Os nove Estados nordestinos foram responsáveis por alta de R$ 6,172 bilhões para R$ 38,698 bilhões (526,99%) no período avaliado pela consultoria a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Cunha destaca que como mais pessoas estão empregadas formalmente, elas têm acesso a benefícios como o vale-alimentação, que possibilita comer fora. A classe C cresce mais no interior do País frente às grande cidades. Norte e Nordeste têm mais potencial, pois 40% e 33% da população, respectivamente, são dessa camada social.

Na região Sudeste, o gasto das famílias com alimentos e bebidas foi de R$ 22,6 bilhões para R$ 93,89 bilhões. O crescimento no território mais rico do País foi de 315,44%.

BENS - Em relação à posse de bens duráveis, o Sul do País tem comportamento típico de renda maior, com participação de 55% dos habitantes na classe média. Sessenta e sete porcento das famílias que recebem entre três e dez salários-mínimos têm automóvel, contra 63% (Sudeste), 53% (Nordeste) e 49% (Norte e Centro-Oeste).

A maioria dos sulistas (95%) também possui lava-roupas, sendo que no Sudeste o eletrodoméstico está em 90% dos lares. Quanto à posse de geladeira há empate entre essas regiões, com 99% dos lares com o equipamento.

Entretanto, o indicador no Sudeste é melhor em relação a planos de saúde, onde metade da nova classe média consegue pagar convênio de assistência médica. No Sul o número chega a 43%.

Sul e Sudeste têm o nível de instrução mais elevado no País

O levantamento da consultoria Data Popular mostra que a região Sul destaca-se pela presença majoritária de cidadãos da classe C com frequência em cursos do Ensino Fundamental (51%). Enquanto no Sudeste essa fatia alcança 46,4%.

No Nordeste e Norte do País estão concentradas as maiores parcelas de suas populações nessa camada da sociedade consideradas sem instrução, com 23,1% e 21,9%, respectivamente. Em relação à parcela com Ensino Médio, a situação muda um pouco, com o Sudeste tendo 29,9% das pessoas com esse grau de educação e o Nordeste e o Norte em seguida, com 27,4%.

Para o consultor do Data Popular, João Paulo Cunha, este é um fator que indica que a classe média não é igual em todos os cantos do País, inclusive, em relação ao contato com a mídia.

"O Sul concentra maior parcela da população com costume de ler jornal pelo menos uma vez durante a semana. Quase um terço da população tem este hábito", explica.

Nos Estados do Sudeste este número recua para 26%, enquanto no Nordeste esse meio de comunicação é consumido por 24% das pessoas. De maneira geral, a penetração dessa mídia por classe social é mais relevante nas classes A e B (36%), em seguida na C (25%) e na base da pirâmide chega a 21%.




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