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Servidores de Sto.André
aceitam 14% de aumento
Havolene Valinhos
Do Diário do Grande ABC
06/05/2011 | 07:24
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Diferente da primeira assembleia, que ocorreu na semana passada, ontem cerca de 200 servidores públicos de Santo André se reuniram em frente à Câmara e aceitaram de forma unânine o aumento de 14% proposto pelo governo Aidan Ravin (PTB). Mas na sequência fizeram questão de entrar na Casa para pedir apoio aos vereadores nas próximas negociações com o Paço. A categoria ainda quer a criação de um PCCV (Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos) - o proposto por Aidan foi rejeitado - e planos de saúde e habitacional.

A semana foi tensa. Embora tenham decidido aprovar a medida, os servidores não deixaram de cutucar o chefe do Executivo. "Aceitamos para mostrar ao prefeito o que é ser responsável. Ele foi irresponsável ao prometer que iria corrigir as perdas salariais desde 1997 e deixar que seus secretários falassem que daria R$ 400 de abono", esbravejou a presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), Fátima Carvalho.

Ela reiterou que Aidan "atropelou" o processo de negociação ao enviar o projeto de lei com a proposta na terça-feira, quando a mesa de negociação ainda tinha encontro marcado para o dia seguinte.

Na proposta avalizada, o governo dará 8% de reajuste retroativo a abril e mais 6% em dezembro, além de R$ 50 de incorporação ao salário e mais R$ 250 de abono, que deverão ser pagos em julho. Na quarta-feira, o Sindserv ainda pleiteou ao governo o repasse dos 14% de uma só vez, incorporação de R$ 150 e R$ 400 de abono, mas não teve acordo.

O secretário de Saúde e de Gabinete, Nilson Bonome (PMDB), afirmou não ter ficado surpreso com o resultado da assembleia. "Seria inaceitável se eles rejeitassem uma proposta destas."

O homem-forte do governo argumentou que percentual maior não seria possível. "Temos que ser coerentes. Não podemos quebrar a Prefeitura. Fizemos estudos de impacto antes de fechar o percentual."

 

VOTAÇÃO

Os vereadores também aprovaram por unanimidade a primeira discussão do projeto de lei que prevê o reajuste ao funcionalismo. Porém, a votação só começou quando iniciada a assembleia dos servidores.

O líder governista, Donizeti Pereira (PV), disse no início da sessão que fez acordo com o Sindserv de que a Casa só votaria o projeto em definitivo na próxima semana e justificou a entrada rápida do item por conta da folha de pagamento. "Foi avanço para o servidor. Sei que o salário está defasado, mas o prefeito está trabalhando e comprometido", concluiu o verde.

 

Bonome diz que Aidan é quem manda

 

Após ter colocado o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), em uma saia justa na terça-feira, o homem-forte do governo petebista, Nilson Bonome (PMDB), colocou panos quentes na situação. Ele disse que "quem manda na Prefeitura é o prefeito, eu só cumpro determinações." Aproveitou para dizer que não vai ser concorrente de Aidan na corrida ao Paço, em 2012.

O mal-estar foi gerado porque Bonome desmentiu publicamente a fala de Aidan. O chefe do Executivo havia dito na segunda-feira que o contrato com a empresa Produz Eventos e Representações Artísticas seria suspenso para serem investigadas possíveis irregularidades e que outra empresa seria contratada para que as atividades realizadas nos Cesas (Centros Educacionais de Santo André) não fossem interrompidas.

O certame destinou R$ 165 mil para o projeto ‘Alegria em Santo André', revertidos para apresentações de palhaços.

A oposição não protocolou a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a contratação, mas prometeu fazer na quinta-feira.

Bonome se reuniu ontem com os governistas para esclarecer dúvidas sobre o contrato. "Eles ficaram satisfeitos."

O oposicionista Tiago Nogueira (PT), que tem sido o responsável por levantar as suspeitas, pontuou que a reunião reflete o "desespero da operação abafa."

Do outro lado, alguns vereadores falavam aos quatro cantos que vivem a antecipação eleitoral. "Se tornou guerra política", disse José Ricardo (PSB). "Tiago está fazendo jogo político", fez coro Evilásio Santana dos Santos, o Bahia (DEM).




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