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Ex-presidente da Funai é assassinado em Porto Velho
Do Diário OnLine
Com Agências
10/10/2004 | 16:50
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O ex-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) Apoena Meireles foi assassinado por volta das 21h30 deste sábado em Porto Velho, Rondônia. Meireles foi atingido por dois tiros, um no peito e um no abdômen, após reagir a um assalto em uma agência do Banco do Brasil. O suposto assaltante fugiu levando o dinheiro.

O diretor da Polícia Civil do Estado de Rondônia, Carlos Eduardo Ferreira, acredita que o assassinato do sertanista foi mesmo um crime de latrocínio (roubo seguido de morte). “Nós estamos trabalhando com latrocínio. De todas as testemunhas ouvidas, todas as evidências até então mostram que o crime foi de latrocínio", afirmou.

O assessor da Funai, Vitorino Nascimento, disse que uma funcionária da fundação, identificada apenas como Cleonice, estava com o sertanista e presenciou o assassinato. Segundo ela, um rapaz com cerca de 18 anos se aproximou dos dois no caixa eletrônico do banco e anunciou o assalto.

Cleonice conta que Meirelles teria colocado o dinheiro na carteira e, ao dar um passo na direção do assaltante, recebeu um tiro no peito. Em seguida o rapaz fugiu, mas o ex-presidente da Funai correu atrás e houve um segundo disparo, mas não acertou o sertanista, que continuou a perseguição. O assaltante então deu um terceiro disparo e a bala atingiu Meirelles no abdômen. O ex-presidente da Funai morreu a caminho do hospital.

De acordo com a Agência Brasil, Nascimento afirmou que a polícia já fez um retrato falado do assaltante e, junto com a Polícia Federal, estão à procura do assassino. As câmeras de vídeo internas do banco serão utilizadas para descobrir a identidade do criminoso, que fugiu de bicicleta. “Três equipes estão trabalhando e monitorando alguns suspeitos, mas ainda não tivemos a identificação do fugitivo”, informou o assessor, acrescentando que o corpo já passou por uma autópsia no IML (Instituto Médico Legal).

O corpo de Meirelles foi levado para Brasília de avião, por volta de 14h (15h de Brasília), com chegada prevista às 20h. O caixão será levado para a sede da Funai, onde será realizada uma homenagem. O corpo ficará na capital até a manhã de segunda-feira, quando segue viagem para o Rio de Janeiro, para ser enterrado.

Latrocínio - Embora a versão mais forte seja a de crime sem premeditação, o diretor da Polícia Civil do Estado de Rondônia, Carlos Eduardo Ferreira ressaltou que a polícia nunca deve descartar uma hipótese. “Quando a gente trabalha com crimes contra a vida, contra o patrimônio, a gente nunca descarta nenhuma hipótese. A polícia nunca pode descartar qualquer hipótese”, explicou.

De acordo com Carlos Eduardo, o modo de o assassino agir demonstrou que não seria um crime sob encomenda. "Seria de uma pessoa só, que tentou realizar um assalto e não foi bem sucedida. A reação não esperada de Meirelles acabou fazendo com que o criminoso disparasse o revólver”.

Para o diretor da Polícia Civil, a fuga de bicicleta também pode ser uma pista de que não foi uma morte sob encomenda. Segundo ele, um assassinato planejado contaria com um processo de fuga mais elaborado. “Crime sob encomenda deveria ser revestido de um preparo especial. A gente percebe, até então, que não houve essa preocupação por parte do executor”, analisou.

O diretor disse ainda que o ex-presidente da Funai nunca teve problemas em Rondônia, e era uma pessoa que convivia há muitos anos na região, com experiência em relação às terras e aos povos indígenas. “Ele nunca teve problemas aqui, que eu saiba”, ressaltou Carlos Eduardo.




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