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Toyota avalia em 1,4 bilhão de euros custo da crise dos aceleradores
Da AFP
04/02/2010 | 08:45
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A gigante automobilística japonesa Toyota considerou nesta quinta-feira que a crise dos aceleradores defeituosos, que causou milhões de recalls de carros, vai custar até 1,4 bilhão de euros, mas surpreendeu ao revelar uma grande revisão em suas previsões financeiras anuais.

A montadora anunciou que voltou a registrar lucros durante o trimestre de outubro a dezembro, graças a um forte aumento de 12,7% das vendas mundiais e a reduções dos custos mais eficazes que o esperado.

O grupo, que previa anteriormente fechar o exercício 2009-2010, no final março, com uma pesada perda líquida de 200 bilhões de ienes (1,5 bilhão de euros), conta com um lucro líquido anual de 80 bilhões (610 milhões de euros). Também revisou a previsão de prejuízo operacional anual para 20 bilhões, em vez dos 350 bilhões previstos inicialmente.

"Antes de revisar essas previsões, levamos em consideração a influência prevista dos recalls relativos ao pedal do acelerador", indicou o diretor executivo da Toyota, Takahiko Ijichi.

A empresa japonesa teve que convocar o recall de mais de oito milhões de veículos no mundo em razão de um pedal acelerador defeituoso e de um tapete que podia ficar preso nos pedais.

Ichiji indicou que o custo direto dos recalls será "de cerca de 100 bilhões de ienes". A esse valor serão acrescentados de 70 a 80 bilhões ienes em razão da queda das vendas provocada por esse problema.

A revisão para cima das previsões financeiras surpreendeu muitos analistas, que advertem para o elevado custo desta crise para a Toyota, principalmente em termos de imagem a longo prazo.

"O impacto do problema dos recalls é absolutamente negativo e a Toyota vai perder vários pontos de porcentagem de fatias do mercado", advertiu Mamoru Kato, analista da Tokai Tokyo Securities.

Tatsuya Mizuno, analista da Mizuno Credit Advisory, havia previsto que a perda operacional anual da Toyota chegaria a 500 bilhões de ienes. "Os recalls terão um impacto a curto prazo, mas é sobretudo a imagem da Toyota que que vai ficar comprometida. O grupo vai ter um problema de reputação a longo prazo".

Ijichi indicou que as novas previsões financeiras não levam em conta os recentes problemas, relacionados às queixas recebidas no Japão e nos Estados Unidos sobre os freios do carro híbrido Prius.

A Toyota indicou ter recebido 77 queixas no Japão, enquanto que as autoridades norte-americanas registraram dezenas de reclamações semelhantes. Todas envolvendo a última versão do Prius, lançado no Japão em maio.

O diretor de controle de qualidade, Hiroyuki Yokoyama, reconheceu a existência de um problema no sistema de freio hidráulico, que pode responder com lentidão a temperaturas baixas. "O freio é lento, mas se você continuar pisando no pedal, o carro para".

A empresa anunciará "em breve" medidas explicativas para corrigir esse problema, afirmou, sem mencionar um eventual recall. Yokoyama afirmou que a Toyota havia recebido as primeiras queixas no outono de 2009 e que o projeto começou a ser modificado a partir de janeiro.

Na Bolsa de Tóquio, a ação da Toyota terminou nesta quinta-feira com uma nova queda de 3,52%, a 3.280 ienes. Desde 21 de janeiro, o valor da ação do grupo caiu quase 22%.




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