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Salão de Noivas investe R$ 800 mil
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
24/05/2011 | 07:15
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Divulgação


O mês das noivas está para acabar, mas nesta semana ainda ocorre uma feira totalmente dedicada ao tema. De olho em setor que movimenta cerca de R$ 10 bilhões anualmente, a segunda edição do Salão de Noivas abre as portas na quinta-feira e segue até domingo. O diretor de organização do evento, Irineu Polesi, diz que neste ano a previsão é de público de 30 mil pessoas - 68% mais do que no ano passado, que recebeu 17 mil. O investimento nessa edição é de R$ 800 mil; alta de 20,4% sobre 2010.

Cerca de 60% dos 111 expositores confirmados são da região. No ano passado, eram 102. A expansão só não é maior porque não há espaço disponível no pavilhão. "No ano que vem teremos feira em nível nacional na Capital, em agosto. Mas continuaremos na região, pois já entramos no calendário de eventos de São Bernardo", comemora o organizador.

Uma empresa de veículos de Santo André participa pela primeira vez do salão. O proprietário André Carrilo aproveitará o espaço para divulgar a marca. A meta é fazer 50 negociações, somando valor de R$ 25 mil. A novidade fica por um carro "vestido" de noiva, a fim de atrair quem foge do convencional. Os preços variam de R$ 450 a R$ 4.000 - valor destinado ao aluguel de um exótico Corvette Z06. "Iremos entrar forte na feira, tanto que investimos R$ 100 mil na compra de um dos carros."

Já os bufês - com peso no faturamento do setor - cobram entre R$ 30 a R$ 200 por pessoa. Despesas que, no geral, são negociadas, devido à diversidade do cardápio. O proprietário de um estabelecimento em Mauá, Ronaldo Ramella, espera vender no mínimo 100% a mais do que na feira passada. Ele conta que o evento é um complemento da agenda do ano que vem, quase que fechada. "Temos uma mansão com 6.000 m², jardim e piscina. Nossa casa não deixa nada a desejar em relação à Capital", orgulha-se Ramella.

A região ainda é defendida por Suzana de Souza, responsável pelas vendas de um estabelecimento em São Bernardo. Apesar de participar de eventos na Capital, ela frisa que os clientes da região têm alto poder aquisitivo. "É engano achar que só em São Paulo há clientes desse tipo. Tem muita noiva aqui e as vendas são tão boas quanto lá. É bom investir aqui." Suzana estima que consiga fechar pacotes junto a 30 noivas durante o salão.

O empresário Cícero Martins saiu de São Paulo para participar do evento neste ano. A ideia não é fechar negócios no local, mas fisgar cerca de 5.000 clientes para conhecerem o cardápio. "O salão irá representar 10% do faturamento do ano", prevê, ao estimar que os noivos trarão ganhos de R$ 300 mil - apenas com os resultados da feira.

Pelosi destaca que a região está madura para absorver esse mercado. "Envolve 24 segmentos diferentes, desde gráficas a confecções. Muitos não têm ideia do potencial do Grande ABC", explica, ao reforçar que ainda fortalece a economia regional, como no turismo, com a vinda de visitantes de outros Estados, tal como ocorreu no ano passado. Na última edição, a feira contou com clientes do litoral, Curitiba e interior do Estado.

SERVIÇOS

Salão das Noivas: 26 a 29 de maio.
Av. Lucas Nogueira Garcez, 856
Horário: 14h às 22h.
Ingresso: R$ 10.
Estacionamento: 4.000 vagas. R$ 10

 

Imposto representa 50% dos gastos

Por incrível que pareça, para consagrar o matrimônio o consumidor experimenta sabor amargo. A carga tributária sobre os itens que compõem o casamento significa a metade do total gasto para as festas. A Receita Federal entende que casar não é essencial, como ocorre com produtos de alimentação e educação, por exemplo. Daí a expressividade dos impostos. Soma-se a isso itens industrializados, que têm peso incrementando de tributos.

O sonho de consumo das noivas lidera o ranking de preços: as joias, que contam com 50,44% de impostos. Uma das peças mais caras do casamento, os vestidos da noiva, têm 34,67% de seu valor embutido por alíquotas governamentais.

De todas as despesas de um casal para consagrarem o noivado, apenas a cerimônia na igreja está livre da carga tributária - devido à imunidade constitucional, garantida a todas as instituições religiosas. Somente os serviços do padre é que são pagos.

O Fisco ainda abocanha as economias do consumidor quanto aos buquês de flores. Esses com 17,71% do preço destinados aos cofres públicos.

RAIO X - O número de casamentos em São Paulo teve incremento de 7,7% em 2009. A média do Brasil foi de 6,5% no mesmo período. Últimos dados disponíveis pelo IBGE.

O volume no País, de 935 mil, representa quebra no ciclo de altas que as uniões tiveram de forma ininterrupta, desde 2002. O percentual de queda foi de 2,3% em relação ao obtido em 2008, segundo dados do IBGE. Estudos recentes do instituto também mostram que a cada 1.000 habitantes, 8,1 casaram no Estado em 2008, contra média de 6,7 no País.




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