Alexander Yakovlev, um dos dois funcionários citados nesta segunda-feira por uma comissão independente que investiga irregularidades do programa da ONU (Organizações das Nações Unidas) ‘Petróleo por Alimentos’, declarou-se culpado. Segundo promotoria federal do sul de Manhattan, Yakovlev admitiu as acusações de "conspiração, roubo e lavagem de dinheiro", relacionados a sua atividade como chefe de compras da ONU, entre 1993 e 2005. O acusado teria recebido "nada menos que centenas de milhares de dólares de empresas estrangeiras envolvidas no exercício de seu trabalho", segundo comunicado emitido pela promotoria.

Cada uma das acusações de que é objeto representam pena de até 20 anos e uma multa máxima correspondente ao dobro do obtido pelo crime, o equivalente a US$ 250 mil. Em seu terceiro relatório preliminar, a comissão independente, que investiga a corrupção do programa, afirmou que Yakovlev "participou secretamente de uma trama para obter dinheiro" de uma das companhias que pretendia um contrato de inspeção do programa.

O presidente da comissão, Paul Volcker, disse que as evidências contra Yakovlev são "suficientemente importantes" para que ele perca a imunidade diplomática, uma medida desnecessária devido à sua declaração de culpa. Yakovlev demitiu-se recentemente depois da divulgação de que envolveu um contrato das Nações Unidas em troca de um emprego para seu filho.

Mais acusações - Um relatório divulgado nesta segunda-feira acusa Benon Sevan, ex-chefe do programa ‘Petróleo por Alimentos’, de ter se beneficiado do esquema de ajuda para o Iraque. Sevan pediu ontem demissão do cargo e criticou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, por "tê-lo sacrificado".