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OCDE prevê queda de 1% no PIB da América Latina
Do Diário do Grande ABC
16/11/1999 | 16:49
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O PIB real da América Latina cairá mais de 1% em média em 1999, uma degradaçao nítida incomum nos últimos 15 anos na regiao, segundo informe semestral da Organizaçao para Cooperaçao e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicado nesta terça-feira.

"O custo elevado do crédito e a reduçao dos ingressos de capital contribuíram para ampliar a queda em muitos países, pelo que o Produto Interno Bruto (PIB) real da regiao perderá em 1999 mais de 1%", destaca o informe de outono da OCDE. "Se a recuperaçao se consolidar no Brasil, as incertezas políticas na Venezuela e na Colômbia se dissiparem, a confiança dos mercados se reafirmar e as condiçoes monetárias se relaxarem na Argentina", o PIB poderá começar a crescer "moderadamente" na regiao, e inclusive "acelerar-se no ano 2001", destaca a organizaçao, que reúne 29 países industrializados.

Para o Brasil, as previsoes sao de uma queda de 1% este ano (+3% no ano 2000), enquanto que para a Argentina sao de uma brutal recessao (-4% em 99) em seguida a uma recuperaçao ainda sob muitas interrogaçoes (+2,5% no ano 2000). O México se manterá relativamente bem este ano (+3,1%) e poderá se fortalecer ainda mais no ano 2000 (+3,5% aproximadamente), segundo a organizaçao, com sede em Paris.

A situaçao na regiao, que se degradou também com a alta das taxas de juros nos Estados Unidos, contrasta abertamente com as perspectivas da OCDE para o conjunto de seus membros, que poderao concluir o ano com um crescimento global de 2,8%.

Essas perspectivas representam uma significativa mudança de pontos de vista em relaçao ao informe anterior do mês de maio, no qual a OCDE citava uma cifra global de +2,2% (+2,1% no ano 2000).

Para a América Latina, no entanto, a OCDE já prognosticava em maio perspectivas "bastante sombrias e riscos em maioria negativos". A OCDE adverte que "se nao forem aprovadas reformas orçamentárias para deixar as finanças públicas viáveis", e "se forem agravados os conflitos comerciais no Mercosul", as conseqüências poderiam ser desastrosas para o ano 2000, ano em que a organizaçao espera uma suave recuperaçao geral.

Na Argentina, particularmente, o novo governo deverá "resistir às pressoes para incrementar o protecionismo comercial e normalizar as relaçoes com o Mercosul", opina a OCDE. No caso do México, que mostra por enquanto parâmetros fundamentais "relativamente favoráveis", a OCDE aconselha "prudência" na política macroeconômica durante o ano 2000, "por causa da incerteza política".

"Uma vez que essa incerteza tenha desaparecido, "e que o processo de deflaçao se instale com mais firmeza", as condiçoes no país poderao suavizar, destaca a OCDE.




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